O Deus de Abraão e outros deuses
Há uma diferença fundamental entre o Deus de Abraão e os outros deuses. A primeira diferença está no fato do Deus de Abraão, Criador do Universo, Ser um Deus vivo, Energia Consciente, enquanto os outros deuses são ídolos, barro, pedra ou metal moldada ou lapidada por mãos humanas.
Enquanto o Deus de Abraão se move por todos os lugares, vê todas as coisas e pode interferir em quaisquer situações, vê e ouve todas as consciências, os deuses de barro, pedra e metal precisam ser construídos pelos homens, carregados pelos homens, etc... Não chamados de deuses e adorados como deuses, mas, na verdade, não são nada, a não ser barro, pedra e metal. Portanto, tem menos poder do que os homens. Não possuem vida e não possuem consciência.
Certamente, existem as entidades, espíritos, que se manifestam em algumas culturas, e que são cultuadas/adoradas como deuses. São consciências na forma de energia, pois também são seres espirituais, porém, não possuem o mesmo poder e nem a mesma perfeição do Criador do Universo. São chamados de deuses, fazem milagres, etc, mas são apenas espíritos, entidades do mundo espiritual, podendo ser anjos ou demônios e só agem/manifestam entre os homens na exata medida autorizada pelo Criador.
Certamente, entre Deus, um espírito (por exemplo, um anjo) e o homem, apesar de possuírem uma essência comum (Energia, Consciência, Pensamento), há uma grande diferença hierárquica entre eles. Ilustrativamente, podemos pensar em uma hierarquia piramidal.
O Poderoso Deus está no topo da pirâmide. É único, absoluto em poder e perfeição. Deus é o Criador de tudo, de todas as coisas, logo, é a fonte da qual emana toda Energia Consciente, todo conhecimento e sabedoria. Deus não é apenas uma Consciência, mas a fonte de toda consciência. Basta lembrar que a consciência, a centelha divina no homem, o pensamento humano, é um sopro do Poderoso Deus de Abraão.
Um espírito está no meio da pirâmide. São seres comuns do mundo da energia (Entidades, anjos, demônios). Tem poderes, porém, estão sujeitos às regras e ordens superiores. São Energia Consciente, porém, não possuem o mesmo grau de perfeição ou de poder do Poderoso Deus. Além disso, são seres altamente controlados, podendo fazer, só e somente só, aquilo que foi estabelecido. Inclusive, a maioria deles sequer pode manifestar-se na dimensão humana, no meio do homem.
Na base da pirâmide está o homem. Um ser material, feito do pó, que possui apenas uma centelha divina, uma centelha de Energia Consciente (o sopro de Deus) girando em sua consciência. Consciência que, no caso humano, é apenas um mecanismo orgânico capaz de movimentar a centelha divina. Essa faísca de Energia Consciente é o pensamento humano.
Em termos de perfeição, o homem é um ser híbrido. Um corpo material, pó do planeta, somado a uma faísca de Energia Consciente.
Em termos de poder de ação, no mundo tridimensional, o homem recebeu a dádiva do livre-arbítrio. Não é um ser controlado ou dominado pelas forças do mundo espiritual. Pode escolher entre o bem e o mal. Certamente, paga o preço dessa escolha, contudo, pode escolher.
Retornando à visão do Deus de Abraão... Não é um Deus de barro, pedra ou metal. Não é obra de mãos humanas e também não é apenas um integrante do mundo espiritual, uma entidade com poderes para se manifestar na dimensão humana. O Deus de Abraão é o Criador de tudo, inclusive, criador dos demais seres espirituais e Criador do Homem. É chamado, por isso, de Deus dos deuses, pois é Deus poderoso e onipotente também no mundo espiritual.
A razão, o pensamento racional, é uma seqüência concatenada de pensamentos primários, é um conjunto específico de pensamentos coerentes, interligados pelo método científico. A fé é outro conjunto de pensamentos primários específicos interligados pelo método religioso ou com fundamento em uma divindade. Contudo, são pensamentos, são processos mentais energéticos, que se diferenciam pelo conteúdo, pela conexão que os reúne ou forma de ação e emissão de decisão. A razão, assim como a fé, são pensamentos abstratos.
Além disso, é possível fazer uma escala gradativa do caminho do homem em direção a Deus. Uma escala que, na parte de cima registra a evolução da consciência humana e na parte de baixo registra os deuses cultuados pelas sociedades. Inegavelmente, observando essa escala (em um experiência de pensamento) se verifica que quanto mais rudimentar é a sociedade, mais primitiva é a consciência humana e mais palpáveis são os deuses cultuados. Isso se explica pelo fato da fé ser um pensamento abstrato.
Quanto mais primitiva é a consciência, menor é a capacidade de abstração. Logo, essas consciências primitivas, na busca de seu Criador, adotavam os astros (sol, lua, estrelas), as forças da natureza (tempestades, ventos, raios, trovões) e os ídolos como deuses.
O que estou tentando dizer é que, sendo Deus Energia Consciente, um Deus único, invisível e onipotente, Criador de todas as coisas, a Sua percepção, por parte dos homens, requer um certo grau de desenvolvimento da consciência. Consciências primitivas, com pouca capacidade abstrata, acreditam em coisas palpáveis, visíveis, etc... Seus deuses são, geralmente, ídolos, astros celestes, fenômenos naturais, etc... Coisas que podem ver, forças incontroláveis, etc...
A percepção do Verdadeiro Deus, do Deus de Abraão, um Deus único, invisível, onipotente e Criador de todas as coisas, exige certa capacidade de abstração da consciência. Sem essa capacidade de abstração não há fé. E sem fé a consciência não se liga ao Deus de Abraão. Deus que é Energia Consciente.
A capacidade de abstração é evidenciada pela fé, ou seja, acreditar e seguir aquilo que não se vê, mas que se sabe, por alguma razão/intuição, que existe e está presente.
Nesse ponto entra na história Abraão e sua grande capacidade de abstração, sua grande fé no Deus único e invisível. Fé que foi testada no Monte Moriá no episódio de Isaque. Certamente, se Abraão fizesse isso nos dias atuais, seria tratado com psicotrópicos, internado em um hospital psiquiátrico, acusado de ser psicopata e de tentar matar o próprio o filho.
Voltando... outra diferença entre o Deus de Abraão e os outros deuses é que aquele exige uma certa capacidade de abstração, pensamento abstrato, fé no invisível, que os falsos deuses não exigem. Por isso, é mais fácil acreditar em um deus de barro, pedra e metal. Afinal, o barro, a pedra e o metal são palpáveis e visíveis.
É válido considerar ainda que os deuses de barro, pedra e metal não são eternos, assim como não é eterna a manifestação de entidades espirituais menores no mundo dos homens. A eternidade pertence ao Deus de Abraão. Logo, os outros deuses desaparecem quando suas imagens desaparecem, quando seus adoradores desaparecem, quando as manifestações terminam.
Já o Deus de Abraão tem uma conexão estreita com a evolução cultural, com a evolução das consciências humanas. Quanto mais a consciência humana se desenvolve, maior é a capacidade de abstração, capacidade de realizar pensamentos abstratos, logo maior é a capacidade de possuir e exercitar a fé, maior é a capacidade de encontro do homem com o Deus de Abraão.
Além disso, outra consequência lógica da evolução da consciência humana, é a extinção dos deuses de barro, pedra e mental, assim como a extinção dos cultos às entidades espirituais menores.
Isso ocorrerá porque uma consciência desenvolvida refuta, automaticamente, os falsos deuses. Refuta porque reconhece que eles não são deuses. Ilustrativamente, hoje refutamos, naturalmente, a idéia de que a terra é o centro do universo. Porém, isso só foi possível com a evolução da consciência humana, mais especificamente, evolução da capacidade racional. O mesmo acontecerá com os falsos deuses.
E o mais interessante é observar que o Povo de Israel, a milhares e milhares de anos atrás, já eram capazes dessas grandes abstrações de pensamento (a fé de Abraão) e de religarem a consciência humana ao Verdadeiro Deus. Certamente, essa deve ter sido a principal condição de terem sido escolhidos para receber, guardar e disseminar a Palavra do Poderoso Deus de Abraão...
E o mais interessante é observar que a evolução da consciência, evolução cultural, está ligada ao conhecimento, saberes e informações. Sem conhecimento, saberes e informação a consciência não evolui, o homem não evolui... Talvez por isso o Povo de Israel tenha sido escolhido e estejam alguns passos na frente do resto da humanidade... O conhecimento, os saberes e a informação é uma jóia preciosa entre eles...
O Deus de Abraão recebe outros nomes em outras culturas... Além disso, estou falando de um Deus, não de uma religião... Para ver certas coisas é preciso estar acima de todas as religiões... Só assim é possível ver as conexões comuns que podem uní-las ou separá-las... A religião é um filtro do homem para Deus... Alguns desses filtros são completamente opacos, outros filtros não apontam para Deus, mas outras entidades...
Inclusive, dizem que a maior vitória do diabo foi convencer o mundo de que ele não existia. E a segunda maior vitória foi inventar milhares de religiões... Quais delas é o caminho verdadeiro ??? Há um só caminhos verdadeiros ou existem muitos caminhos verdadeiros ???
Então um cientista, um matemático, com alta capacidade abstrata, automaticamente, se aproximará de Deus ??? Depende... a capacidade abstrata dele é só razão ou também é fé ??? Lembra da frase de Einstein: "A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega." Troque ciência por razão e religião por fé... Logo, teremos a frase: a razão sem a fé é manca; a fé sem a razão é cega... Resumindo, é preciso equilibrar a razão com a fé...