Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

31/08/2006

Este é o mundo no qual vivemos...

Podemos falar em Direitos Humanos em um mundo onde existem pessoas que ainda lutam por direitos de animais? Por exemplo, comer uma vez por dia.

Clique aqui para saber detalhes desta foto

Notícia de Jornal

Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.

Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.

Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.

O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.

Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.

Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da rádio patrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.

E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.

E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um homem morreu de fome.

Fernando Sabino

Pesquisa mostra ampliação da classe C

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

DATAFOLHA - Opinião pública - 09/07/2006

Pesquisa realizada pelo Datafolha junto a 2.828 brasileiros nos dias 28 e 29 de junho de 2006 mostra as opiniões dos eleitores do país a respeito de sua situação econômica e a comparação que fazem em relação aos que vivem hoje com o que viviam no início do governo Lula, em 2003, investigando alguns hábitos de consumo, lazer e condições de endividamento.

Um dos dados mais relevantes do estudo mostra uma mudança na segmentação da população, no que diz respeito ao critério de classificação econômica adotado pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), baseado no poder de compra e na posse de itens de conforto dos entrevistados: uma parcela considerável deixou os estratos mais pobres da população, passando a um nível intermediário.

O percentual dos que fazem parte das classes A e B se manteve estável, quando se leva em consideração a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos: passou de 20% em outubro de 2002, ano em que o presidente Lula foi eleito, para 22% hoje. Entre os que fazem parte desse segmento, 88% têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, ou seja, rendimentos superiores a R$ 3.500,00.

Já a taxa dos que fazem parte da classe C subiu de 32% para 40% nesse período. A maioria (59%) dos que pertencem a esse estrato têm rendimento familiar entre mais de dois e cinco salários mínimos, ou seja, R$ 701,00 e R$ 1.500,00. Metade (50%) têm escolaridade superior.

O crescimento da classe C se deve à queda no percentual dos que pertencem às classes D e E, que passou de 46% para 38%. Nesse estrato mais pobre, 68% têm renda familiar até R$ 700,00, ou seja, até dois salários mínimos.

A pesquisa mostra que, de 2003 para cá, grande parte do eleitorado adquiriu telefone celular e aparelhos de televisão e de DVD e móveis. Não deixa de ser coerente que a forma mais comum de endividamento, então seja com carnês de loja (cartão de crédito vem logo a seguir) e que a taxa dos que possuem dívidas em carnê seja mais significativa entre os que fazem parte da classe C. O estudo também revela que 37% afirmam que o consumo de alimentos em sua casa aumentou nesses últimos três anos, taxa que, entre os brasileiros da classe C, fica quatro pontos acima da média.

A margem de erro máxima da pesquisa, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

PARA 35%, SUA SITUAÇÃO ECONÔMICA ESTÁ MELHOR HOJE DO NO INÍCIO DO GOVERNO LULA; PARA 22% ELA PIOROU, E PARA 42% ESTÁ IGUAL

Metade (50%) afirma que sua situação econômica atual está regular. Para 26% ela está ótima, e percentual similar (24%) considera estar economicamente em uma situação ruim ou péssima.

A taxa dos que consideram sua situação econômica ótima ou boa é de 21% entre os que têm renda familiar mensal até dois salários mínimos, cinco pontos abaixo da média nacional. Ela sobe para 26% entre os que ganham entre dois a cinco salários mínimos, para 34% entre os que ganham de cinco a dez e chega a 51% (25 pontos acima da média) entre os que têm renda acima de 10 salários mínimos.

Solicitados a pensar em suas vidas do começo de 2003, ou seja, após o presidente Lula ter tomado posse, pra cá, 35% afirmam que sua situação econômica melhorou. Segundo 22% sua situação econômica piorou. A maior parte (42%) declara que não houve mudança.

Entre os que fazem parte da classe C, 38% dizem que sua vida melhorou. Essa taxa é de 33% entre os que fazem parte das classes A e B e de 34% entre os que integram as classes D e E.

As duas principais razões apontadas por cada um desses grupos de eleitores (aqueles que acham que a situação econômica melhorou, os que pensam que ela piorou e os que dizem que ela permaneceu igual) são semelhantes: elas dizem respeito ao mercado de trabalho e aos salários. Preços também merecem menções significativas tanto de quem acha que sua situação melhorou quanto dos que pensam que ela piorou.

Entre os que dizem que a situação econômica melhorou, 40% fazem referências ao mercado de trabalho, taxa que chega a 47% entre os que fazem parte da classe C. Desses, 20% dizem que conseguiram emprego nesse período e 11% afirmam que o mercado de trabalho aumentou (14% entre os que integram a classe C). Fazem menções a salários 27%, dos quais 21% afirmam que tiveram aumento salarial. Argumentam que sua situação econômica melhorou de 2003 para cá porque seu poder de compra aumentou 10%. Fazem referência a projetos sociais do governo 9%, sendo que os mais citados são o Bolsa Família (5%) e o Bolsa Escola (3%). Entre os que fazem parte das classes D e E as menções aos projetos sociais do governo chegam a 19%, sendo que 10% citam o Bolsa Família. E 6% o Bolsa Escola. O fato de não ter havido aumento de preços ou deles terem diminuído é citado por 8% desses entrevistados que vêem melhora em sua situação econômica. Para 3% deles não houve tanta inflação nesse período.

De acordo com 37% dos que dizem que sua situação econômica piorou nos últimos três anos, isso aconteceu por razões ligadas ao mercado de trabalho, destacando-se a percepção de que falta emprego (18%), o fato de estar desempregado (14%) e de ter perdido o emprego nesse período (5%). Fazem referências à questão salarial 36%, dos quais 10% reclamam não ter havido aumento. Afirmam que a renda diminuiu 8% e reclamam dos baixos salários 5%. Mencionam razões relacionadas a preços 15%, com citações específicas a produtos de modo geral (9%), a alimentos (4%), e a taxas de luz e água (2%, cada).

Dos que acham que não houve mudança em sua situação econômica depois do início do governo Lula, 37% fazem menções a questões salariais, dos quais 14% reclamam que não tiveram aumento e continuam ganhando pouco e 12% que dizem que seus rendimentos não aumentaram nem diminuíram no período. Fazem referências ao mercado de trabalho 28%, dos quais 18% dizem que continua faltando emprego ou que continuam desempregados. Já outros 8% dizem que nada mudou porque continuam trabalhando. Dizem apenas que não houve mudança, de modo geral, mas sem entrar em detalhes, 16%. Referências a preços somam 5% e menções a despesas e gastos 3%¨.

A expectativa positiva quanto à sua situação econômica aumentou em relação a abril: passou de 44% para 49% o percentual dos que acham que, nos próximos meses, sua situação econômica vai melhorar. Já a taxa dos que acreditam que ela vai piorar caiu pela metade, de 12% para 6%, e a dos que acham que ela não vai se alterar passou de 40% para 37%. A taxa dos que não souberam opinar dobrou em relação à abril, passando de 4% para 8%, a maior já registrada desde o início do governo Lula.

Na região Sul verifica-se o menor otimismo com a situação econômica pessoal: entre os eleitores dessa região, 37% acham que sua situação econômica vai melhorar (12 pontos abaixo da média) e 11% acreditam que ela vai piorar (seis pontos acima da média). Para 47% desses eleitores sua situação econômica vai ficar como está (10 pontos acima da média). Por outro lado, nas regiões Norte e Centro-Oeste, 57% acreditam em melhora (oito pontos acima da média) e 31% apostam que sua situação econômica não vai mudar (seis pontos abaixo da média).

Um quinto (20%) dos eleitores brasileiros trabalham como assalariados registrados. Essa taxa é próxima à dos que declaram trabalhar como free-lancers ou fazer bicos (16%). Afirmam estar desempregados e à procura de emprego 8%. Indagados sobre sua situação ocupacional há três anos, no começo de 2003, 23% dizem que eram assalariados registrados, 15% que faziam bicos e 6% que estavam à procura de emprego.

APARELHOS DE TELEFONE CELULAR E TELEVISORES LIDERAM LISTA DE PRODUTOS MAIS COMPRADOS DE 2003 PARA CÁ

O Datafolha indagou os eleitores brasileiros a respeito da compra de alguns itens de conforto de 2003 para cá. Os produtos que lideram a lista como os mais comprados são aparelhos de telefone celular e televisores: 49% dizem ter comprado ou trocado de celular nesse período. Desses, 24% afirmam que já tinham um aparelho e 25% dizem que se tratou do primeiro que compraram. No caso de aparelhos de TV, 47% declaram ter comprado, sendo que 31% compraram modelos com menos de 29 polegadas e 16% adquiriram televisores com tela acima deste tamanho.

Aparelho de DVD e móveis também empatam, citados por, respectivamente, 38% e 36%. No caso do DVD, 32% dos que compraram afirmam que não tinham um aparelho desses em casa antes. Vêm a seguir, com percentuais acima de 20%, CD players (28%), fogões, liquidificadores (27%, cada) e máquinas de lavar roupa (23%).

Compraram carro de 2003 para cá 15%; levaram computadores para casa 14%, mesma taxa dos que adquiriram aparelhos de telefone sem fio. Câmeras digitais foram citadas por 11%, fornos microondas por 10%, freezers e aparelhos tocadores de mp3 por 8%, cada. A decadência dos aparelhos de videocassete fica patente, quando se verifica que apenas 7% compraram um desses produtos de 2003 para cá, taxa 31 pontos menor do que a dos que dizem ter comprado aparelho de DVD. Os itens menos adquiridos foram câmeras de vídeo (3%), secadoras de roupa (2%) e lavadoras de louça (1%).

COMPRA DE ITENS DE CONFORTO DE 2003 PARA CÁ


sim, comprou / trocou

não, comprou / trocou

sim, já havia

não havia

não sabe

Aparelho de telefone celular para seu uso pessoal

49

51

24

25

0

Aparelho de TV

47

53

25

22

0

TV de tela abaixo de 29 polegadas

31

69

21

10

0

TV de tela de 29 polegadas ou mais

16

84

4

12

-

Aparelho de DVD

38

62

6

32

-

Móveis

36

64

29

8

0

Aparelho de CD (CD Player)

28

72

12

17

0

Fogão

27

73

23

4

-

Liquidificador

27

73

20

7

-

Máquina de lavar roupa

23

77

10

12

0

Carro

15

85

9

5

-

Computador

14

86

5

9

-

Aparelho de telefone sem fio

14

86

5

8

0

Câmera fotográfica digital

11

89

2

9

0

Forno microondas

10

90

3

6

0

Freezer

8

92

3

5

-

Aparelho tocador de MP3

8

92

1

6

-

Videocassete

7

93

4

4

-

Câmera de vídeo

3

97

1

2

0

Secadora de roupa

2

98

1

2

-

Lavadora de roupa

1

99

0

1

-

Fonte: P. 17. Nos últimos três anos, do começo de 2003 para cá, você ou alguém da sua casa comprou ou trocou de ____________: P.17a. (SE SIM) Já havia___________ em sua casa antes?

37% DIZEM QUE CONSUMO DE ALIMENTOS AUMENTOU EM SUA CASA

A pesquisa também mostra que 37% dos brasileiros afirmam que, de 2003 para cá, o consumo de alimentos em geral aumentou em sua casa. Dizem que esse consumo continuou igual 49%, e que diminuiu, 13%. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que dizem que o consumo de alimentos em geral em sua casa aumentou chega a 41% (quatro pontos acima da média); entre os que fazem parte das classes A e B essa taxa é de 37% (idêntica à verificada entre o total de entrevistados) e entre os que fazem parte das classes D e E é de 33% (quatro pontos abaixo da média).

Cerca de um terço (29%) afirma que comprou mais CDs piratas nos últimos três anos. Já em relação a CDs originais, 12% dizem que o consumo desse produto aumentou, taxa que é exatamente a metade daquela dos que afirmam que, em relação há três anos atrás, ele diminuiu (24%).

No caso dos DVDs, 18% dizem que o consumo de produtos de origem pirata aumentou; em relação a DVDs originais essa taxa é de 11% (18% dizem que têm comprado menos).

Estão consumindo mais refrigerantes 27%, e mais perfume 25%, mesmo percentual dos que dizem estar comprando mais cosméticos. No caso de frios, 22% dizem que o consumo desse tipo de produto aumentou, e 18% que diminuiu. Já em relação a iogurte, 21% dizem estar consumindo mais, mesma taxa dos que afirmam estar comprando mais artigos de cama, mesa e banho. O consumo de doces e chocolates aumentou na casa de 19% e diminuiu na de 22%. Têm consumido mais salgadinhos 17%, e vem comprando menos esse tipo de produto 21%. Brinquedos têm sido comprados em menor quantidade por 23%; dizem que a compra de brinquedos em sua casa aumentou de 2003 para cá 17%.

COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE ALGUNS ITENS HOJE COM O DE 2003


aumentou

diminuiu

continua o mesmo

não sabe, não lembra

Alimentos em geral

37

13

49

1

CDs piratas

29

13

46

12

Refrigerantes

27

20

51

2

Perfume

25

15

56

3

Cosméticos

25

14

57

4

Frios

22

18

57

3

Iogurte

21

21

55

4

Artigos de cama, mesa e banho

21

13

62

4

Doces/chocolates

19

22

56

3

DVDs piratas

18

13

53

16

Brinquedos

17

23

52

8

Salgadinhos

17

21

58

4

CDs originais

12

24

53

11

DVDs originais

11

18

57

14

Fonte: P.18. Em relação há três anos atrás, você diria que o consumo de _________ na sua casa aumentou, diminuiu ou continua o mesmo?

Afirmam ter comprado algum produto a prazo nos últimos seis meses 40% dos entrevistados . Os produtos mais comprados a prazo são roupas, calçados e acessórios (33%), eletroeletrônicos (23%), móveis (17%), eletrodomésticos (14%), celulares (9%) e material de construção (5%).

Solicitados a comparar a freqüência de alguns hábitos hoje, com a que tinham três anos atrás, a maioria diz estar indo tanto quanto antes a cinemas (58%) e restaurantes (54%) e que a freqüência com que viajam a passeio não se alterou (51%).

Nos três casos, as taxas dos que dizem que a freqüência desses hábitos diminuiu são maiores do que as dos que afirmam que ela aumentou.

Quando se trata de ir ao cinema, dizem estar indo mais 6% e menos 23%. Afirmam que a frequência com que vão a restaurantes aumentou 12%, e que diminuiu, 25%. Viagens a passeio estão mais presentes na vida de 13% e são menos freqüentes segundo 29%. A maioria dos eleitores brasileiros (64%) afirma morar em casa própria não financiada. Declaram morar em casa própria financiada 15%. Um quinto (20%) mora em imóveis alugados. Cerca de um terço (31%) diz ter feito alguma reforma em casa nos últimos três anos.

A forma mais comum de dívida assumida pelos entrevistados é o carnê de loja, citado por 33%. Destes, 7% dizem que estão em atraso com essa dívida. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que possuem carnê é de 39%. Ela é de 36% entre os que integram as classes A e B e de 26% entre os que são das classes D e E.

Dizem ter cartão de crédito 27% dos quais 4% afirmam que a dívida está atrasada. Entre os que fazem parte das classes A e B a posse de cartão de crédito chega a 54%. Essa taxa é de 29% entre os que fazem parte da classe C e de 9% entre os que integram as classes D e E.

Possuem limite de cheque especial 14% (3% estão em atraso). Fizeram empréstimo em banco nos últimos seis meses 13%, dos quais 2% dizem que o pagamento da dívida está atrasado. Dizem ter dívidas com cheques pré-datados 7% (2% estão com a dívida atrasada). Apenas 4% afirmam ter feito empréstimo em financeiras nos últimos seis meses, dos quais 1% dizem não estar em dia com essa dívida.

Ao compararem o volume de dívidas que têm hoje com o que tinham no começo de 2003, 22% se dizem mais endividados, 19% menos endividados e 26% afirmam que seu nível de endividamento continua o mesmo. Dizem não ter dívidas 33%.

Indagados sobre o poder aquisitivo da família, 2% dizem que o dinheiro que ganham é mais do que o suficiente, 25% que é exatamente o que precisam para viver, 45% que não é suficiente, às vezes falta, e 28% que é muito pouco, trazendo muitas dificuldades.

Em relação à última pesquisa do Datafolha que incluiu esta pergunta, feita em dezembro de 2002, ou seja, às vésperas da posse do presidente Lula, verifica-se que a taxa dos que afirmam que sua família ganha muito pouco, o que acarreta dificuldades, caiu 17 pontos: naquela ocasião, 45% respondiam assim. A atual taxa (28%) é a menor registrada desde a primeira vez que essa pergunta foi feita, em julho de 1994. A taxa dos que dizem que o que ganham é exatamente o que precisam para viver, que era de 17% em 2002, subiu oito pontos percentuais. Mesmo crescimento percentual foi registrado para os que afirmam que o que ganham não é suficiente, tendo passado de 37% para 45% a taxa dos que pensam assim, a maior já registrada desde o primeiro levantamento sobre o tema.

São Paulo, 7 de julho de 2006.

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26/08/2006

Carro elétrico já Acelera mais que a Ferrari

Novo modelo, o Tesla Roadster, deixa para trás a imagem de veículo pequeno, lento e de bateria fraca

Dan Glaister - 26/08/2006 - Estadão Online

Algo muito, mas muito errado está ocorrendo. Estou voando pelas estradas ladeadas de ciprestes de Pebble Beach, na Califórnia, sendo perseguido pelo barulho de um secador de cabelo. Ou ao menos é esse o tipo de som que estou ouvindo.

“Está acostumado a dirigir muitos carros de alto desempenho?”, pergunta Mike Harrigan, um executivo da Tesla Motors. Ele está sentado no banco do passageiro enquanto eu assumo o volante do seu veículo de US$ 100 mil, e observa meu progresso como se o futuro do planeta dependesse deste carro - o que, de certa forma, talvez faça sentido. O Tesla é um veículo diferente de todos os outros, um carro elétrico que desconcerta as expectativas sobre a direção amigável ao meio ambiente. Eu respondo de forma afirmativa, embora não esteja certo de que meu Toyota Corolla se encaixa na definição dele de alto desempenho.

Construído pela Lotus na Inglaterra usando componentes de várias partes do mundo - a bateria vem da Tailândia, o painel de instrumentos, da África do Sul - e desenhado por uma equipe de engenheiros que trabalha no Vale do Silício, o Tesla é uma resposta silenciosa e muito rápida à idéia que todos os veículos elétricos têm de se parecer com carrinhos de golfe, andar devagar e precisar ser recarregados a cada sinal de trânsito.

A julgar pelas alegações do fabricante, o Tesla se garante contra outros carros de alto desempenho, mais tradicionais. Certamente, tem aparência clássica e pedigree: é montado na linha de produção do Lotus Elise em Norwich. Acelera mais rápido que uma Ferrari Spider e é suficientemente veloz para deixar um Mercedes SL550 para trás. Ainda assim, calcula-se que o custo com eletricidade do Tesla para andar seja de apenas um cent por milha. A empresa se vangloria de o carro ter o dobro da eficiência no consumo de combustível em relação a carros híbridos como o Toyota Prius.

Diferentemente de outros carros elétricos, o Tesla tem duas caixas de câmbio que conduzem o carro à sua velocidade máxima de 210 quilômetros por hora - uma com opção de alto torque e uma segunda com um ritmo de aceleração mais lento.

Como o Lotus, o Tesla tem carroceria de fibra de vidro, mas é mais pesado. Do seu peso total de 1.133 quilos, 450 quilos correspondem ao peso da bateria, composta de 6.831 células de íons de lítio arrefecidas por líquido do tipo usado para fazer funcionar laptops. A Tesla promete que a bateria pode ser recarregada em cerca de três horas de uso, tem autonomia de 400 quilômetros e uma vida útil de ao menos 160 mil quilômetros, após o que pode ser reciclada.

Quando Harrigan me entregou a chave, eu a enfiei no contato da coluna da direção, girei-a e esperei. Nada aconteceu. “Primeiro você precisa pôr o cinto de segurança, se não o carro não anda”, diz Harrigan.

Pus o cinto e girei a chave. Uma série de símbolos se acenderam no painel de instrumentos. Virei a chave um pouco mais até ouvir dois cliques fracos separados por alguns segundos. Harrigan me diz que eu posso ir. Pressupus que estivesse brincando. Onde está o rosnado o feroz do motor? Mas não há nenhum rosnado.

“Será que vocês não deviam instalar um alto-falante com uma gravação do motor de um carro esportivo?”, pergunto a Harrigan. Ele sorri, não achando muita graça. “Você não acreditaria quanta gente sugere a mesma coisa”, diz. “Mas este é um carro com emissão zero e isso inclui emissão de ruído zero. Todos nós tivemos que nos acostumar ao barulho de secador e gostamos dele.”

A empresa já vendeu 100 unidades do Tesla Road, com início das entregas previsto para o início do próximo ano. Mas, por enquanto, só está à venda em algumas cidades dos EUA.

24/08/2006

A era da intercomunicação

Le Monde Diplomatique - Outro Mundo - Agosto/2006

Por que os blogs, o RSS e outras tecnologias podem mudar os padrões de informação com que a humanidade se acostumou há séculos. O que isso tem a ver com a crise da política tradicional e a possibilidade de uma alternativa [1]

Manuel Castells

A informação e a comunicação sempre foram vetores dos poderes dominantes, dos poderes alternativos, das resistências e das mudanças sociais. O poder de influência sobre o pensamento das pessoas – que é exercido pela comunicação – é uma ferramenta de resultado incerto, porém fundamental. É apenas através do exercício da influência sobre o pensamento dos povos que os poderes se constituem em sociedades, e que as sociedades evoluem e mudam.

A repressão física ou mental é certamente uma importante dimensão do poder dominante. No entanto, se um povo modifica radicalmente seu modo de ver as coisas, se ele passa a pensar de maneira diferente e por si mesmo, não há poder que possa se opor.

Torturar um corpo é bem menos eficaz do que moldar um pensamento. Eis o motivo pelo qual a comunicação é a pedra de toque do poder. O pensamento coletivo (que não é a soma dos pensamentos individuais em interação, mas sim um pensamento que absorve tudo e é difundido por toda a sociedade) se elabora na comunicação. É da comunicação que vêm as imagens, as informações, as opiniões e é por meio desses mecanismos de comunicação que a experiência é divulgada e transmitida ao coletivo/na coletividade.

Tudo isso se aplica fortemente em nossas sociedades, no seio das quais as redes de comunicação atravessam todos os níveis, do global ao local e do local ao global. Conseqüentemente, as relações dentro do poder dominante, elemento que constitui toda e qualquer sociedade e determina suas evoluções, são cada vez mais elaboradas na esfera da comunicação.

Mídia é poder, mas manipulação tem limites

Na sociedade contemporânea, a política depende diretamente da mídia. As agendas do sistema político e mesmo as decisões que dele emanam são feitos para a mídia, na busca de obter o apoio dos cidadãos ou, pelo menos, atenuar a hostilidade frente às decisões tomadas.

Isso não quer dizer que o poder se encontre incondicionalmente nas mãos da mídia, nem que o público tome posições em função do que é sugerido pela mídia. Pesquisas em comunicação mostraram há muito tempo até que ponto o público é ativo e não passivo.

Além disso, os meios de comunicação possuem, internamente, sistemas que controlam sua capacidade de influenciar o público, pois antes de qualquer coisa, eles são empresas submetidas aos imperativos da rentabilidade e precisam ter audiência ou estender sua difusão. Em geral, eles são diversificados, competitivos, e devem ter tanta credibilidade quanto seus concorrentes. Eles freqüentemente se impõem outras restrições, no que diz respeito à ética profissional ou jornalística (mediadores, conselhos de ética, etc.). Um meio de comunicação não é, portanto, algo fadado a distorcer ou manipular informações.

No entanto, precisamos focar nossa atenção nas tendências. O jornalismo militante, ideológico, a mídia engajada, por exemplo, foi durante muito tempo tido como uma mídia sem a qualidade da «objetividade» — logo, sem consumidores. Os jornais que se denominam «órgãos de partido» praticamente desapareceram ou enfretam graves crises de distribuição. No entanto, a situação começa a mudar: o militantismo ou engajamento ideológico pode se tornar um modelo altamente rentável. Por exemplo, a Fox News, uma das principais redes de televisão dos Estados Unidos (filial da News Corp, que pertence a Rupert Murdoch), conquistou uma grande parte da audiência conservadora norte-americana ao defender, sem a menor preocupação com a objetividade, as teses dos neoconservadores favoráveis à invasão do Iraque, em 2003.

A segunda tendência que pode ser observada atualmente está na perda da autonomia por parte dos jornalistas profissionais com relação aos seus empregadores. Nesse âmbito joga-se boa parte do complexo jogo das manipulações midiáticas.

Um estudo recente procurou explicar que, em meados de 2004, 40% dos norte-americanos [2] ainda acreditava que o Sadam Hussein e a Al Quaeda trabalhavam lado a lado e que Saddam possuía armas de destruição em massa no Iraque. Isso um ano depois de o contrário ter sido provado. Esse estudo enfatiza as ligações entre a máquina da propaganda do governo Bush e as produções do sistema midiático.

Quando a omissão é a arma decisiva

No entanto, isso tudo é apenas a ponta do iceberg, pois a maior influência que a mídia exerce sobre a politica não é proveniente do que é publicado, mas do que não o é: de tudo o que permanece oculto, que passa desapercebido. A atividade midiática repousa sobre uma dicotomia: algo existe no pensamento do público se está presente na mídia. O seu poder fundamental reside, portanto, na sua capacidade de ocultar, de mascarar, de omitir.

A necessidade de algo ter de existir na mídia para existir politicamente induz uma relação orgânica à linguagem midiática, encontrada tanto na televisão quanto no rádio, na mídia impressa ou na internet. Os meios de comunicação em massa fazem uso de um jargão específico que não chega a ser uma dialeto próprio, mas algo semelhante.

A mensagem midática mais simples e também a mais poderosa é a imagem. E o rosto é a mensagem mais simples que a imagem pode transmitir. Sendo assim, existe uma ligação orgânica entre a midiatização da política, a personalização da mídia e a personalização da política. A partir do momento em que se passa a cultivar uma vida política baseada em querelas pessoais e de imagem ou em manipulações midiáticas, os programas de governo perdem sua importância, pois ninguém se refere a eles e os cidadãos não lhes dão mais importância (com toda a razão).

O triunfo da «personalização» da política reside no fato de que a forma mais convincente de combater uma ideologia passa a ser o ataque contra a pessoa que encarna uma mensagem. A difamação e os boatos tornam-se uma arte dominante na política: uma mensagem negativa é cinco vezes mais eficaz do que uma mensagem positiva. Todos os partidos utilizam essa estratégia: eles manipulam e até mesmo fabricam informações. E não é a mídia quem cuida disso. Esse trabalho cabe aos intermediários, às empresas especializadas.

O resultado é uma ligação direta entre a «midiatização» da política, sua personalização e a difamação ou a prática do escândalo político, cuja banalização acarretou, nos últimos quinze anos, assassinatos de pessoas eleitas, crises de governo e até mesmo de regime político.

Isso nos leva à atual e profunda crise da legitimidade política em escala mundial, uma vez que há uma ligação forte e evidente, mesmo não sendo exclusiva, entre a prática do escândalo, a midiatização exacerbada da cena pública e a falta de confiança por parte dos cidadãos no sistema. Essa desconfiança pode ser ilustrada por uma pesquisa feita pelos serviços da Organização das Nações Unidas (ONU) segundo a qual dois terços dos habitantes do planeta afirmam não se sentir representados pelos seus governantes.

Intercomunicação e crise de legitimidade política

Trata-se, então, de uma crise de legitimidade. Mas embora o mundo afirme não ter mais confiança nos governos, nos dirigentes políticos e nos partidos, a maioria da população ainda insiste em acreditar que pode influenciar aqueles que a representam. Ela também crê que pode agir no mundo através da sua força de vontade e utilizando seus próprios meios. Talvez essa maioria esteja começando a introduzir, na comunicação, os avanços extraordinários do que eu chamo de Mass Self Communication (a intercomunicação individual).

Tecnicamente, essa Mass Self Communication está presente na internet e também no desenvolvimento dos telefones celulares. Estima-se que haja atualmente mais de um bilhão de usuários de internet e cerca de dois bilhões de linhas de telefone celular. Dois terços da população do planeta podem se comunicar graças aos telefones celulares, inclusive em lugares onde não há energia elétrica nem linhas de telefone fixo. Em pouco tempo, houve uma explosão de novas formas de comunicação. As pessoas desenvolveram seus próprios sistemas: o SMS, os blogs, o skype... O Peer-to-Peer ou P2P [3] torna possível a transferência de qualquer dado digitalizado. Em maio de 2006, havia 37 milhões de blogs (em janeiro de 2006, havia 26 milhões). Em média, um blog é criado por segundo no mundo, o que significa 30 milhões por ano...55% dos blogueiros continuam a alimentar seus blogs até 3 meses depois deles terem sido abertos. A quantidade de blogueiros é 60 vezes maior do que era há seis anos. E ela dobra de seis em seis meses...

Como, no início, a língua inglesa era o idioma dominante na internet, atualmente, mais de um-terço dos sites da web são em inglês. O chinês vem em seguida, depois o japonês, o espanhol, o russo, o francês, o português e o coreano... O que realmente importa não é tanto a existência de todos esses blogs, mas a ligação que há entre eles, e o que eles condensam e difundem com a totalidade de interfaces comunicacionais (esta interligação é viabilizada pela tecnologia RSS [4]).

A Mass Self Communication constitui certamente uma nova forma de comunicação em massa – porém, produzida, recebida e experienciada individualmente. Ela foi recuperada pelos movimentos sociais de todo o mundo, mas eles não são os únicos a utilizar essa nova ferramenta de mobilização e organização. A mídia tradicional tenta acompanhar esse movimento e, fazendo uso de seu poder comercial e midiático passou a se envolver com o maior número possível de blogs. Falta pouco para que, através da Mass Self Communication, os movimentos sociais e os indivíduos em rebelião crítica comecem a agir sobre a grande mídia, a controlar as informações, a desmentí-las e até mesmo a produzi-las.

Reaberta a batalha mais antiga da História

O movimento altermundialista contra o capitalismo global, com toda a sua diversidade, utiliza há muito tempo a internet e todos os recursos da Mass Self Communication – não só como ferramenta de organização, mas também como um espaço para debates e intervenções. Também foi desenvolvida por esse mesmo meio uma capacidade de exercer influência sobre a mídia dominante, passando pela Indymedia ou uma série de outras redes alternativas e associativas.

A constituição de redes de comunicação autônomas chega também aos meios de comunicação mais tradicionais. As televisões de rua e as rádios alternativas – como a TV Orfeo em Bolonha, a Zaléa TV em Paris, a Occupen las Ondas em Barcelona, a TV Piqueteros em Buenos Aires – e uma enorme quantidade de mídias alternativas, ligadas em rede, formam um sistema de informação verdadeiramente novo.

Mesmo o ex-presidente dos Estados Unidos, Albert Gore, aderiu a essa tendência, criando sua própria rede de televisão, na qual atualmente cerca de 40% do conteúdo é alimentado pelos telespectadores. As campanhas presidenciais também se renderam à influência desse novo meio de comunicação. Por exemplo, em 2003-2004, a candidatura de Howard Dean não teria decolado se não fosse a sua capacidade de mobilização por meio da internet [5].

Em segundo lugar está a «mobilização política instantânea», via telefone celular, que aparece há dois anos como um fenômeno decisivo [6]. Essa «onda» mobilizadora, apoiada por redes de comunicação entre telefones celulares obteve efeitos impressionantes na Coréia do Sul, nas Filipinas, na Ucrânia, na Tailândia, no Nepal, no Equador, na França... Pode obter um efeito imediato, como em abril passado na Tailândia, com a destituição do primeiro-ministro Thaksin Shinawatra pelo rei Bhumibol Adulyadej. Ou na Espanha, com a derrota, nas eleições legislativas em março de 2004, do Partido Popular de José Maria Aznar. A suspeita de que as autoridades estivessem manipulando informações, com o intuito de atribuir ao ETA a culpa pelos atentados em Madri, fez com que uma infinidade de mensagens circulasse pelos telefones celulares. Isso resultou na organização de uma enorme manifestação, em um dia no qual, teoricamente, devido ao choque e ao luto, seria impossível falar sobre política.

Isso não quer dizer que tenhamos de um lado a mídia aliada ao poder, e de outro, as Mass Self Media, associadas aos movimentos sociais. Ao contrário: cada uma opera sobre uma dupla plataforma tecnológica. Mas a existência e o desenvolvimento das redes de Mass Self Communication oferecem à sociedade maior capacidade de controle e intervenção, além de maior organização política àqueles que não fazem parte do sistema tradicional.

Neste momento em que a democracia formal e tradicional está particularmente em crise, em que os cidadãos não acreditam mais em suas instituições democráticas, o que percebemos diante da explosão das Mass Self Communications assemelha-se à reconstrução de novas formas políticas, mas ainda não é possível dizer no que elas resultarão.

No entanto, de uma coisa podemos ter certeza: a sorte da batalha será jogada no terreno da comunicação, e terá peso a nova diversidade dos meios tecnológicos. Sem dúvida, essa batalha é a mais antiga de toda a história da humanidade. Desde sempre, ela visa à liberação de nosso pensamento.

Tradução: Márcia Macedo marcinhamacedo@gmail.com



[1] O presente texto, relido e corrigido pelo autor, foi retirado de sua intervenção no Seminário “Les médias entre les citoyens et le pouvoir” («A mídia entre os cidadãos e o poder»), organizado pelo Fórum Mundial da Política e a província de Veneza em San Servolo (Itália), em 23 e 24 de junho de 2006.

[2] De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland em outubro de 2003, 60% dos norte-americanos – e 80% dos que assistiam a Fox News – acreditavam em pelo menos uma dessas inverdades: 1. Foram encontradas armas de destruição em massa no Iraque; 2. Existem provas de que haja uma aliança entre o Iraque e a Al-Qaeda; 3. A opinião pública mundial apóia a intervenção militar norte-americana no Iraque.” Ler, de Eric Klinenberg, “A contestação da ordem midiática ”, Le Monde Diplomatique-Brasil, abril de 2004 [Nota da Redação].

[3] P2P designa um modelo de rede de informática onde os elementos (ou nós) não têm um papel exclusivo de cliente ou servidor. Funcionam das duas maneiras, sendo ora cliente ora servidor dos demais nós dessa rede, contrariamente aos sistemas do tipo “cliente-servidor”, no sentido comum do termo. Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/P2P [Nota da Redação].

[4] Um fluxo RSS ou uma fonte RSS (RSS feed, em inglês), que é uma sigla para Really Simple Syndication (Gerenciamento Realmente Simples), ou para Rich Site Summary (Sumário de um site atualizado), é um formato de gerenciamento de conteúdo web. Esse sistema possibilita que os sites de informação ou blogs distribuam notícias automaticamente, e que os internautas tenham acesso às atualizações de suas fontes preferidas sem a necessidade de se visitar o website. Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/RSS [Nota da Redação].

[5] Tido como favorito na corrida pela candidatura à presidência pelo partido democrata em 2004, Dean foi depois derrotado por John Kerry – por sua vez, batido, nas eleições, por George Bush [Nota da Redação].

[6] Ver Manuel Castells, Jack Linchuan Qui, Mireia Fernández Ardevol e Araba Sey, Mobile Communication and Society, A Global Perspective, MIT Press, Boston, 2006, 392 páginas.

23/08/2006

A coletividade é negra

Pesquisas, inclusive da ONU, indicam que estão matando negros no Brasil. Negros estão morrendo como gado nos matadouros. Morrem sem lutar. Morrem sem motivo. Morrem porque vivem na periferia. Morrem porque são oprimidos e excluídos do sistema e da classe dominante. Estão matando negros no Brasil e os negros não fazem nada, a não ser morrer passivamente como gado nos matadouros.

Mas eu pergunto: se é para morrer a tiro não é melhor morrer lutando numa guerra? Se te matam no caminho da casa para o trabalho por que continuar trabalhando como escravo ? Está chegando a hora de nos revoltarmos e responder a tiros os tiros que nos dão. Enfim, se é pra levar tiro e morrer baleado, prefiro morrer num campo de batalha, com um fuzil e atirando em quem mata nossos irmãos. Ao menos se vencermos a guerra, assumimos o controle do sistema e mudamos tudo, acabamos com a opressão e com a exploração; enquanto que a inércia e a passividade diante do mundo e do mal não ocasionam nenhuma mudança, a não ser fortalecer a maldade e a perversidade. Está na hora de acabarmos com a passividade e com a resignação. Está na hora de agirmos.

Eu vou liderar três grandes revoluções (A Democratização do Conhecimento, A Democracia Direta e a Descriminalização das drogas) e quero os negros comigo. Além disso, o meu avô, que é negro, lutou por São Paulo na Revolução de 32 e alguns ascendentes de minha mãe enfrentaram os exércitos de Hitler na Europa nazista, ou seja, derivo de uma linhagem forte, que vai a guerra se for necessário. Enfim, pretendo que estas três revoluções sejam feitas pelos negros para beneficiar todos os excluídos do sistema, assim como toda a coletividade. Pretendo que estas três revoluções sejam conhecidas como a revolução que os negros fizeram no século XXI.

Por que revolução dos negros ? Porque somos os excluídos do sistema. A sociedade de segurança e de controle está matando nossa gente. O Estado está nas mãos da classe dominante e a ideologia dominante é branca. Quantos negros tem no Senado e na Câmara ? Quantos negros tem no judiciário e na promotoria ? Quantos negros são ministros de Estado e professores das Universidades Públicas ? Quantos negros são policiais e burocratas da administração pública ? O Estado é branco. O Estado pensa com a ideologia branca. A classe dominante é branca.

Talvez agora você tenha entendido o por quê da política de cotas não avançar e ser mitigada ao máximo. Talvez agora você entenda o por quê da USP, centro de formação da classe dominante branca, se recusar a adotar a política de cotas. A resposta é simples: o Estado é branco. Negros só na faxina. Mas existem negros estudando na USP, dirá algum leitor atento. Sim existem, uma minoria, mas existe. Contudo, estão nos cursos que não formam para o exercício do poder. Estão estudando letras, história, geografia, etc. No Curso de Direito, onde se aprende a controlar o Estado e as Instituições, o número de negros é insignificante.

As três revoluções que proponho romperá esta barreira. A Democratização do conhecimento abre o conteúdo das Universidades Públicas para a coletividade. A Democracia Direta enfraquece a classe dominante e dá o poder para a maioria - nós negros somos a maioria. A descriminalização das drogas impedirá as invasões da periferia e tirará os negros do foco, da mira, da policia. Lembre-se que a proibição das drogas, em seu início, começou nos EUA por que a elite americana pretendia impedir os jovens americanos de terem acesso aos entorpecentes, considerados coisas de negros e de latinos.

Os negros formam uma raça que tem força, coragem e inteligência para mudar o sistema. E cabe a nós negros, infiltrados nos domínios da classe dominante, estruturar, orientar e liderar os movimentos e as revoluções que beneficiam nossa raça e todos os excluídos do sistema.

Hoje a coletividade, a maioria da população brasileira, é composta por pobres. Entre os pobres, a maioria são negros. Portanto, a coletividade é predominantemente negra. Logo, o poder do Estado tem que estar nas nossas mãos. Nós somos a coletividade. Nós somos a maioria.

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A criminalidade organizada dentro da USP

Por que a criminalidade organizada é tão forte em São Paulo ? Porque a maioria das instituições públicas paulistas são controladas e dirigidas por servidores públicos que não respeitam as leis e nem o Estado de Direito. Servidores que acham que a instituição lhes pertence e que podem fazer quaisquer coisas à revelia da lei e dos direitos humanos. Enfim, a criminalidade organizada só cresce em locais onde as instituições são podres e corruptas. São Paulo é um lugar onde este tipo de comportamento é muito comum, inclusive aqui na USP.

Eu fui aprovado na seleção sócio-econômica para receber uma bolsa trabalho. Contudo, fui excluído ilicitamente do processo de seleção e a bolsa trabalho foi dada para outra pessoa. Solicitei por escrito as razões da exclusão do processo e, simplesmente, os servidores públicos envolvidos na ilegalidade (Rosa Maria Godoy, Marisa Luppi e Assistente Carla) se recusam a responder os documentos que tenho protocolado. Então eu pergunto: Servidor público pode se recusar a responder requerimentos e emitir documentos necessários à defesa de direitos individuais ? Servidor público pode retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ? Por que não respondem os requerimentos ? O que temem ?

Este grupo atua dentro da Coseas utilizando a mesma lógica da criminalidade organizada, ou seja, os pequenos (assistentes) praticam a ilegalidade, enquanto os grandes (Coordenadora e chefes das assistentes) acobertam o ato ou lhe dá aparência de legalidade. Vejam: a Assistente Carla e outras Assistentes forjam os editais fraudulentos, visando excluir alunos do processo de seleção das bolsas. Os alunos excluídos e inconformados recorrem da decisão dessas assistentes junto à Marisa Luppi (Chefe das Assistentes) ou à Rosa Godoy (Coordenadora da Coseas) que, alinhadas com as assistentes macunaímas (picaretas), indeferem ou arquivam os recursos, garantindo e dando eficácia às ilegalidades. Contudo, agora a coisa piorou ainda mais, pois não estão nem respondendo os documentos/requerimentos que são protocolados.

Assinalo que este tipo de comportamento também aconteceu no ano passado. Entrei com um pedido de moradia no mês de junho e as assistentes, assim como a chefe das assistentes e a coordenadora da Coseas indeferiram o meu pedido alegando que não havia vagas, etc. Tudo mentira, pois os alojamentos provisórios estavam vazios e disponíveis. Mesmo assim retardaram o máximo possível a liberação do alojamento, ou seja, entrei com o pedido de moradia em junho e somente liberaram o alojamento em novembro. Resultado, prejudicaram-me o máximo possível. Certamente, vou entrar com as respectivas ações indenizatórias. Terão que indenizar o prejuízo e a humilhação que me causaram.

Eu cansei disso. Cansei de ser prejudicados e ter direitos violados por estas assistentes macunaímas. Cansei de ver outras pessoas serem humilhadas e não fazerem nada. A maioria dos alunos tem medo de tomar medidas contra funcionários e professores picaretas. Eu não tenho medo. Portanto, a partir de agora estou iniciando uma campanha visando a exoneração dessas servidoras (Rosa Maria Godoy, Marisa Luppi e Carla), pois temos que varrer a podridão e a ilegalidade para fora da USP. Além disso, espero que a Reitoria não cometa o crime de prevaricação e se cale diante destas ilegalidades, protegendo servidores incompetentes que trabalham contra os alunos desta Universidade. Espero que a Reitoria tome as providências legais cabíveis para a exoneração dessa gente.

Além disso, um ponto que é fundamental ressaltar nesta questão é o fato das assistentes (funcionárias administrativas da Universidade) estarem utilizando seus cargos e os benefícios que controlam para determinar a vida acadêmica dos graduandos, ou seja, temos que verificar quantos alunos desistiram dos cursos de graduação por culpa das assistentes que, mesmo constatando a necessidade do aluno, negaram as bolsas - moradia, alimentação, trabalho, etc. Logo, expulsaram, ou estão expulsando, alunos pobres da Universidade. Tentaram fazer isto comigo o ano passado e se eu não tivesse conseguido um empréstimo para pagar aluguel fora da USP teria abandonado o curso.

Caso a Reitoria não tome nenhuma providência contra essas assistentes picaretas e iniba as ilegalidades que estão ocorrendo na Coseas vou denunciar outros envolvidos nesta e outras fraudes que estão ocorrendo na USP, inclusive professores e unidades. É melhor exonerar essas assistentes do que ver a Universidade sangrar e se desgastar lentamente.

A ilegalidade e a violação de direitos fundamentais não pode ser tolerada. A criminalidade organizada tem que ser combatida, esteja onde estiver, principalmente aquela que está instalada e se desenvolvendo dentro da administração pública.

Uma saída para acabar com as ilegalidades na Coseas é a terceirização do serviço realizado por este órgão. Os processos seletivos podem ser feitos por empresas especializadas, pois existem critérios objetivos estabelecidos para selecionar os bolsistas. Além disso, as terceirizações garantem maior imparcialidade e transparência nos processos, pois impedirá que as assistentes conheçam e tenham intimidade com os candidatos, sem contar o fato de serem apenas três processos anuais de seleção (Bolsa moradia, bolsa alimentação e bolsa trabalho), logo não há necessidade de manter uma grande quantidade de assistentes permanentemente "morcegando" na Coseas. Deve-se manter apenas uma ou duas plantonistas (A Gina e mais uma), as demais são desnecessárias.

Texto completo da representação protocolada na Reitoria e encaminhada ao Ministério Público

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As três revoluções ou revolução 3D

Não sei se você está pronto para ver o que quero te mostrar..., mas, infelizmente, nós dois não temos mais tempo. (Filme: Matrix)

O primeiro grande objetivo é a proteção da liberdade do indivíduo. Liberdade esta que tem sido atacada e reduzida por ações deliberadas do Estado. Sem elementos e ferramentas para analisar adequadamente as proposições estatais, os cidadãos acabam aceitando, passivamente, restrições à sua liberdade e aos seus direitos fundamentais. Fortalecer o Estado é dar um cheque assinado em branco para um estelionatário. Hoje os governantes são bons e conscientes, mas e os tiranos de amanhã ? Serão conscientes e bons ou irão utilizar os poderes de um Estado forte para massacrar, oprimir e exterminar ? Quem nos salvará das ações de um Estado excessivamente poderoso ? Pior, quem nos salvará dos grupos que assumirem um Estado exponencialmente forte ?

O segundo grande objetivo é criar mecanismos eficazes para conter e impedir o surgimento de estruturas totalitárias dentro da ordem democrática, assim como fortalecer os Direitos Humanos. Somente conseguiremos isto formando cidadãos conscientes de sua condição humana e de sua fragilidade diante do mundo físico. O conhecimento dá elementos para o indivíduo julgar o mundo e as coisas e decidir, conscientemente, qual caminho deverá seguir. Assim, os direitos humanos somente se tornarão eficazes quando a maioria dos cidadãos, e não apenas pequenos grupos, tiverem consciência da importância de tais direitos para a sobrevivência da espécie. Lembro que Direitos Humanos não são apenas direitos civis e políticos, mas também direitos sociais.

Percebam que as três revoluções dificultam ou impossibilitam o desenvolvimento de um regime totalitário, pois fortalecem a liberdade do indivíduo e enfraquecem o poder do Estado diante do cidadão e da coletividade. Pessoas conscientes não estão sujeitas a manipulações e nem a controle de instituições que defendem interesses obscuros e camuflados. O conhecimento democratizado impede que os indivíduos sejam transformados em coisas, se tornem supérfluo diante do grande Leviatã, mas mais do que isto obriga o homem a ser um ser pensante.

Texto completo

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Importância da democratização do conhecimento

Mensagem do Presidente do MIT sobre o projeto

O OpenCourseWare reflete o compromisso do corpo docente do MIT de promover a educação facilitando o acesso a seus materiais acadêmicos pela Internet e World Wide Web. Acreditamos que, com a moderna tecnologia da comunicação, podemos não somente transmitir informações como também estimular e aperfeiçoar o trabalho profundamente humano e pessoal de educar.

Esperamos que a idéia de compartilhar abertamente os materiais dos cursos se propague por muitas instituições e crie uma rede global de conhecimento que melhore a qualidade do aprendizado e, conseqüentemente, a qualidade da vida no mundo todo.

Estamos abrindo nosso site piloto para revisão e feedback do público. Ele contém uma amostra dos cursos do MIT e dá uma idéia do conteúdo e design do OCW. À medida que desenvolvermos nosso intenso trabalho de encontrar o meio mais eficaz de fazer do OCW um recurso valioso para todos os que dele se utilizam, continuaremos acrescentando cursos até que praticamente todos estejam disponíveis.

Agradecemos aos nossos patrocinadores, a William and Flora Hewlett Foundation e a Andrew W. Mellon Foundation, bem como aos membros de nosso corpo docente, que dedicaram tanto tempo e energia criativa a este empreendimento. Estamos felizes por contar com a sua participação nesta jornada educacional.


Charles M. Vest, President, MIT

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Oportunidade e Abertura

Exortação do presidente Charles M. Vest aos formandos na 136ª cerimônia de colação de grau do MIT em 7 de junho de 2002.

http://web.mit.edu/president/communications/com02.html

"Vamos fazer com que as novas tecnologias - a Internet e a World Wide Web - sejam utilizadas como ferramentas de capacitação e democratização em escala global. No próximo semestre, o corpo docente do MIT lançará o OpenCourseWare - um programa que disponibilizará, pela Web, materiais educativos básicos sobre 2.000 assuntos diferentes para qualquer pessoa, em qualquer lugar e sem nenhum encargo.

'Por que deveríamos fazer isso? Porque é parte de nossa missão ajudar a melhorar a qualidade do ensino superior em cada rincão do globo.' Esse programa se baseia em dois valores importantes: oportunidade e abertura. São valores que fortaleceram nossas universidades e nossa nação. São valores que manterão nosso mundo forte e seguro. E são valores que você deve prezar e proteger ao trilhar seu caminho pelo mundo."

Abalando o Universo Educacional: Universidades na Era Digital - Dinossauros ou Prometéicos?

Relatório anual do presidente Charles M. Vest, referente ao ano acadêmico 2000-01, avaliando o impacto da tecnologia sobre o ensino superior e o futuro papel da universidade residencial de pesquisa intensiva.

http://web.mit.edu/president/communications/rpt00-01.html

"A indústria de computadores aprendeu pelo meio mais difícil que os sistemas de software fechados - baseados em uma estrutura que envolve a propriedade do conhecimento - não se encaixam no mundo que eles mesmos criaram. O mundo organizado dos programas e sistemas abertos era a verdadeira onda do futuro.

Devemos aprender com essa lição. Devemos criar uma nova estrutura de sistemas de conhecimento abertos para o ensino e o aprendizado. Com esse espírito, o MIT se perguntou, nas palavras de T. S. Eliot, 'Tenho coragem de... abalar esse universo?' Nossa resposta é sim. Chamamos esse projeto de MIT OpenCourseWare (OCW). Queremos que ele seja uma porta aberta para o forte, democratizante e transformador poder da educação."

Local da cerimônia de formatura, 7 de junho de 2002, James D. Wolfensohn, presidente do Banco Mundial

http://web.mit.edu/newsoffice/nr/2002/comm-jdw.html

"E nós, em nossa instituição [o Banco Mundial], nos sentimos muito privilegiados por termos um relacionamento com vocês, principalmente no que acredito que possa ser o maior avanço que essa instituição já teve, a abertura de seus cursos no programa MIT OpenCourseWare, do qual estamos participando não apenas com nossa Universidade Virtual Africana mas também, esperamos, com nosso esforço para viabilizar as forças subjacentes que existem nessa universidade em termos de conhecimento, experiência e educação.

Do ponto de vista de alguém que trabalha no banco e que lida com questões de desenvolvimento, devo dizer que essa contribuição pode ser a melhor coisa que vocês já fizeram. Eu os congratulo e aplaudo pela abertura desse projeto não somente para este país como também para o mundo."

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O MITOPENCOURSEWARE - OCW

http://www.universia.com.br/mit/sobreocw.jsp

O MIT OCW, uma publicação eletrônica em grande escala na Web, é uma iniciativa conjunta da William and Flora Hewlett Foundation, da Andrew W. Mellon Foundation e do MIT. Seus objetivos são:

1. Proporcionar acesso fácil e grátis aos materiais de pesquisa relativos aos cursos do MIT para educadores de instituições sem fins lucrativos, estudantes e autodidatas do mundo todo.

2. Criar um modelo eficiente, baseado em padrões, que outras universidades possam copiar para publicar os materiais de seus próprios cursos.

Esperamos que o MIT OCW atinja a estabilidade - embora nunca o imobilismo - até o final de 2007. Nesse ínterim, pretendemos publicar mais cursos; acrescentar novos recursos, como a etiquetagem de metadados extensíveis; lançar um abrangente processo de avaliação contínua; desenvolver e aperfeiçoar nossas tecnologias de publicação e gerenciamento de conteúdo; e desenvolver nossa equipe interna e nosso fluxo de trabalho. No estágio inicial em que nos encontramos, seu feedback será de grande valia para que possamos fazer do MIT OCW um site tão útil e enriquecedor quanto possível.

(...)

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