Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

07/09/2011

Igreja não é empresa

Pelo amor de Deus, Igreja não é empresa. Não transformem Igreja em empresa, pois vão quebrar como a Igreja Católica quebrou antes da Reforma Protestante. Naquela época se vendia as indulgências, ou seja, perdão dos pecados pelo pagamento de uma certa quantia em dinheiro à Igreja. Quebraram.

Acabei de ler a seguinte notícia e fiquei estarrecido: "Crescimento evangélico estimula mercado que une consumo e religião" - BBC Brasil - 01/09/2011 - "De seu lado, as igrejas criaram estratégias de negócios. Algumas desenvolveram estruturas empresariais e planos de carreira; outras lançaram até cartões de crédito."

Quem vai por esse caminho vai quebrar e não precisa de muito tempo para isso acontecer. Principalmente, considerando que, do ponto de vista tributário, vão perder as imunidades, serem descaracterizadas para empresas comuns e podem até perder a proteção constitucional como religião, pois não são Igrejas, religiões, são empresas. E isso pode prejudicar todas, não apenas os que vêem e usam as Igrejas como negócio.

Inegavelmente, Deus abençoa quem trabalha, um membro da Igreja ter negócios, etc, não é a questão aqui. Um membro de uma Igreja dar uma oferta ou dizímo de acordo com sua vontade ou desejo, tudo bem, porém, dizerem, na pregação da Igreja, que se derem determinada quantia em dinheiro para a Igreja, que se derem um carro, um terreno, uma casa, enfim, um patrimônio valioso, Deus vai devolver em dobro, etc, não é uma coisa correta e nem honesta.

Não podem vincular as pregações religiosas a obtenção de patrimônios materiais. É sabido que as Igrejas tem gastos, obras de construção, obras de caridade ou piedade, etc, e essas obras devem ser pagas, logo, após a pregação, fora do momento da Palavra, falarem aos membros que precisam de recursos p/ pagarem gastos, construirem ou fazerem trabalho social, etc, é razoável e aceitável. Porém, pregarem a Palavra de Deus pedindo riquezas ou vinculando a ação divina a doação de bens materiais é golpe.

Tem gente demais colocando palavras na boca de Deus sem terem autorização para isso. Deus não é agiota. Além disso, quem recebeu os bens não foi Deus, foi a Igreja negociante ou os dirigentes golpistas.

Deus não é produto, não é mercadoria. Não se vende Deus em vitrine ou no púlpito da Igreja. Se isso acontecer somente quem tem bens materiais, quem é rico, vai para o céu, ou seja, quem adquiriu o produto vendido e isso não é verdade. Estão instalando uma exclusão dentro da Igreja.

Deus acessa a consciência, não a conta bancária. Deus pode abençoar uma pessoa fiel dando o dobro, o triplo ou multiplicar o patrimônio dela milhares de vezes, sem pedir nada em troca e sem que ninguém fale nada. Enquanto que muito que acreditaram nas pregações dos golpistas e deram grandes patrimônios para a Igreja, esperando receber o dobro, não ganharam nada.

Inclusive, há ações na justiça para recuperar patrimônios que foram dados a certas Igrejas e os fiéis não receberam nada do que havia sido prometido. E isso está correto. Se estão falando que Deus vai dar o dobro se determinada pessoa der certo patrimônio, tem que pegar a proposta por escrito, se possível com avalista, caso a pessoa não receba o prometido, executa o avalista ou entra na Justiça para receber o patrimônio de volta.

Esses golpistas tem que ser contidos para que as Igrejas de verdade não sejam prejudicadas. Aquilo que é verdadeiro, correto e honesto tem que ser protegidos contra a ação dos falsários e golpistas.

É preciso atualizar os pensamentos e a consciência, a visão de Deus, a espiritualidade, sem decair na materialidade e se transformar em coisa comum. Sem cair no laço do inimigo espiritual. Um Querubim ungido caiu do céu por causa disso.

Não brinquem com coisa séria e muito menos com o verdadeiro Deus. Se estão brincando é por que não sabem nada de Deus. Quando o Leão ruge - quem não teme? E falando Ele, o Eterno, quem não se inspira ?" (Am.3:8)

Salomão pediu a Deus sabedoria e Deus lhe deu tudo, incluindo riquezas. Hoje muita gente pede riquezas, Deus ouve e atende o pedido, mas não tem sabedoria para administrar o que receberam e perdem tudo.

Além disso, o trabalho social das Igrejas é muito importante. Não só das Igrejas, mas de todas as religiões verdadeiras e pacificas. São dessas religiões que saem os pacificadores da humanidade e estabilizam as nações.

Por exemplo, a Igreja Católica tem as pastorais: pastoral da criança, pastoral da terra, pastoral do imigrante, pastoral carcerária, etc, é um trabalho muito importante que tem que ser ampliado ainda mais. Os evangélicos também deveriam ter coisas parecidas com isso.

Enfim, quem vê na Igreja um negócio está dirigindo empresa, não uma Igreja. Inclusive, tenho uma pergunta: os pastores dessas Igrejas-empresas fazem curso de Teologia ou curso para ator, psicologia, administração de empresas, etc ? O curso de ator deve ser fundamental p/ eles.

O que mais preocupa é a quantidade de pessoas que podem cair ou ser arrastadas junto com os golpistas quando eles cairem. Além disso, há a responsabilidade do vigia (Ezequiel 3: 17-21, Ezequiel 33: 1-33). Se é que são vigias de alguma coisa.