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16/07/2008

Os verdadeiros inimigos dos EUA
O Governo Bush inventou o terrorismo internacional e a guerra ao terror e com isto criou a vara que castiga e castigará o Povo Americano por diversas gerações. Os verdadeiros inimigos dos EUA não são os terroristas, mas sim quem criou o terrorismo e a guerra ao terror. O Terrorismo é resposta ao mal que se plantou e se disseminou com guerra e ocupações em nações estrangeiras. E a evidencia mais cristalina disso é o fato do terrorismo ser uma maldição que acompanha os EUA e aqueles que se ligam a eles. Onde se concentra o terrorismo ? Iraque, Afeganistão, Paquistão, etc...

Inegavelmente, os verdadeiros inimigos dos EUA não são os terroristas, não é a Al Qaeda, não é o Bin Laden e nem os radicais islâmicos. Esses atores apenas reagem às ações norte-americanas em suas terras.Ao mal que os norte-americanos plantaram em povos estrangeiros. Logo, as ações terroristas são apenas respostas.

Os verdadeiros inimigos dos EUA são os criadores do terrorismo internacional e da guerra ao terror. São aqueles que plantaram as sementes do ódio com invasões a nações estrangeiras em tempos passados. As pessoas que ajudaram a criar a vara do terrorismo, o Bush, seus assessores e o Congresso Americano que deu amplos poderes para que a vara fosse testada e melhorada, estes sim, são os verdadeiros inimigos do Povo Americano.

Não são apenas inimigos do Povo americano que vive agora, mas também do Povo que será constituído pelas futuras gerações de norte-americanos. Digo isso porque o Bush passará. Terminará o mandato e, para ele, o terrorismo e a guerra ao terror deixará de ser preocupação. O mesmo acontecerá com os congressistas que ajudaram a criar o terrorismo internacional e a guerra ao terror. Contudo, a vara do terrorismo não será baixada e nem descansará, pois a guerra criada pelos governantes transformou o Povo Americano em alvo do terrorismo e do terror. A vara do terrorismo não castigará apenas os governantes ímpios, mas todo o Povo por várias gerações...

O Povo paga pelo mal que os governantes praticam e pagam caro. Um exemplo antigo disso está na Bíblia, em Crônicas 21. Este capítulo conta a história de Davi que resolveu fazer um censo em Israel, ou seja, resolveu contar quantas pessoas haviam em Israel.

"7 E este negócio desagradou a Deus, pelo que feriu Israel.
8 Então disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal coisa; agora porém, peço-te, tira a iniqüidade de teu servo, porque procedi mui loucamente.
9 Falou o Senhor a Gade, o vidente de Davi, dizendo:
10 Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu te faça.
11 E Gade veio a Davi, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe o que quiseres:
12 ou três anos de fome; ou seres por três meses consumido diante de teus adversários, enquanto a espada de teus inimigos te alcance; ou que por três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor faça destruição por todos os termos de Israel. Vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me enviou.
13 Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque mui grandes são as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens.
14 Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens.
15 E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, estando ele prestes a destrui-la, o Senhor olhou e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta; agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
16 E Davi, levantando os olhos, viu o anjo do Senhor, que estava entre a terra e o céu, tendo na mão uma espada desembainhada estendida sobre Jerusalém. Então Davi e os anciãos, cobertos de sacos, se prostraram sobre os seus rostos."

As violações cometidas e os inocentes mortos, em terras estrangeiras, clamam por vingança nos ouvidos daqueles que sobreviveram, nos ouvidos dos descendentes daqueles que foram mortos. Estas vozes não clamam por vingança contra este ou aquele governante norte-americano, mas sim contra o Povo Americano, contra os EUA. O soldado americano que foi para guerra e matou por ordem do Presidente e das corporações, cumpriu um falso dever. Já o guerrilheiro afegão ou iraquiano que lutou na guerra e morreu bravamente cumpriu o seu dever cívico, pois morreu defendendo sua casa, sua família e sua nação... O soldado americano que morre no Iraque morre pelo quê ? O soldado americano que morre no Afeganistão, morre pelo quê ? Estes soldados defendem o quê ?

Os Presidentes americanos que fizeram guerra e invadiram nações estrangeiras semearam o ódio, semearam grandes campos de ódio, grandes extensões de ódio e desejo de vingança estão germinando vão florescer. Contudo, quem colherá estes campos não será o Bush, nem seus assessores, menos ainda o Congresso Americano, ou seja, não será apenas aqueles que criaram a vara que a todos castigará. É uma colheita coletiva que todo Povo Americano colherá. As gerações futuras herdarão os campos de ódio e de vingança. As gerações futuras receberão uma heração malditas e ensanguentada.

Portanto, o verdadeiro inimigo dos EUA, do povo americano e das gerações futuras desse país são aqueles que semearam os campos de ódio e de vingança e construíram a vara que a todos castiga.

Mas não é só isso, os ventos que sopram sobre os campos de ódio e de vingança contaminam as plantações vizinhas. As violações de Guantánamo, a Guerra do Afeganistão, a Invasão do Iraque, etc revoltam não só os árabes, mas também cidadãos de todo os mundo. Tudo o que acontece nos campos de batalha ou nos porões das prisões de Guantánamos é contado pela imprensa ou pela internet. Isso faz com que o desejo de vingança e o ódio cresça exponencialmente, pois ele se transmite para outros grupos sociais, nacionais, religiosos, etc.

Isso significa que há um ódio global, um desejo global de vingança sendo fermentado. Este ódio e este desejo global de vingança alimentam e camuflam as redes terroristas. E o pior, contra este ódio o poderio militar dos EUA é completamente inofensivo e inoperante. Ilustrativamente, penso nos EUA como um elefante atacado por insetos carnívoros. E pior, foi o elefante que criou o inseto em laboratório.

Além disso, as guerras estão destruindo os EUA por dentro, pois os bilhões que queimam fora do país com operações militares, etc, faltam internamente na economia. E o pior, enquanto os norte-americano estão ficando fracos e desnutridos outras atores estão se fortalecendo e crescendo no cenário internacional, por exemplo, a China, a União Européia, o Japão...

Inclusive, toda vez que eu leio a Bíblia, mais especificamente o Apocalipse 18, eu tenho a impressão que a Grande Babilônia, descrita lá, é os EUA. Você já leu o Apocalipse 18 ? Além disso, outras impressões me ocorrem quando leio o Apocalipse, por exemplo, que este livro foi escrito atrávés da junção e releitura de partes de textos de Profetas do Velho Testamento. Também tenho a impressão que faltam partes no livro de Apocalipse... Mas isto é outra história.

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Carta enviada ao Presidente Bush pelo Arcebispo de Boston
Senhor Presidente,

Conte a verdade ao povo, senhor Presidente, sobre o terrorismo. Se as ilusões acerca do terrorismo não forem desfeitas, então a ameaça continuará até nos destruir completamente. A verdade é que nenhuma das nossas muitas armas nucleares pode proteger-nos dessas ameaças. Nenhum sistema 'Guerra nas Estrelas' (não importa quão tecnicamente avançado seja, nem quantos trilhões de dólares sejam despejados nele) poderá proteger-nos de uma arma nuclear trazida num barco, avião ou carro alugado.

Nenhuma arma sequer do nosso vasto arsenal, nem um centavo sequer dos US$ 270 bilhões gastos por ano no chamado "sistema de defesa", pode evitar uma bomba terrorista. Isto é um fato militar. Como tenente-coronel reformado e freqüente conferencista sobre assuntos de segurança nacional, sempre tenho citado o salmo 33: "Um rei não é salvo pelo seu poderoso exército, assim como um guerreiro não é salvo por sua enorme força".

A reação óbvia é: 'Então o que podemos fazer? Não existe nada que possamos fazer para garantir a segurança do nosso povo? Existe. Mas para entender isso, precisamos saber a verdade sobre a ameaça'.

Senhor Presidente, o senhor não contou a verdade sobre o porquê de sermos alvo do terrorismo, quando explicou porque bombardearíamos o Afeganistão e o Sudão. O senhor disse que somos alvo do terrorismo porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos no mundo...

Que absurdo, senhor Presidente! Somos alvo dos terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvo dos terroristas porque somos odiados. E somos odiados porque o nosso governo fez coisas odiosas. Em quantos países agentes do nosso governo depuseram líderes eleitos pelos seus povos, substituindo-os por militares ditadores, marionetes desejosas de vender o seu próprio povo a corporações americanas multinacionais?

Fizemos isso no Irã, quando os marines e a CIA depuseram Mossadegh, porque ele tinha a intenção de nacionalizar a indústria do petróleo. Nós o substituímos pelo Xá Reza Pahlevi, armamos, treinamos e pagamos a sua odiada guarda nacional, Savak, que escravizou e brutalizou o povo iraniano, para proteger o interesse financeiro das nossas companhias de petróleo.

Depois disso, será difícil imaginar que existam pessoas no Irã que nos odeiem?

Fizemos isso no Chile. Fizemos isso no Vietnã.

Mais recentemente, fizemos no Iraque. E, é claro, quantas vezes fizemos isso no Panamá, na Nicarágua e outras Repúblicas na América Latina? Uma vez atrás da outra, temos destituído líderes populares que desejavam que as riquezas da sua terra fossem repartidas pelo povo que as gerou. Nós os substituímos por tiranos assassinos que venderiam o seu próprio povo para que, mediante o pagamento de vultosas quantias para engordar as suas contas particulares, a riqueza da sua própria terra pudesse ser tomada por similares à Domino Sugar, à United Fruit Company, à Folgers e por aí adiante.

De país em país, o nosso governo obstruiu a democracia, sufocou a liberdade e pisou nos direitos humanos. É por isto que somos odiados ao redor do mundo! E é por isto que somos alvo dos terroristas!

O povo do Canadá desfruta da liberdade e dos direitos humanos, assim como o povo da Noruega e da Suécia. O senhor já ouviu falar de embaixadas canadenses, norueguesas ou suecas sendo bombardeadas?

Nós não somos odiados porque praticamos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Nós somos odiados porque o nosso governo nega essas coisas aos povos dos países do Terceiro Mundo, cujos recursos são cobiçados pelas nossas corporações multinacionais. Esse ódio que semeamos virou-se contra nós, para nos assombrar sob a forma de terrorismo e, no futuro, terrorismo nuclear.

Uma vez dita a verdade sobre o porquê da ameaça existir e ter sido entendida, a solução torna-se óbvia. Nós precisamos mudar as nossas práticas.

Livrarmo-nos das nossas armas nucleares (unilateralmente, se necessário) irá melhorar nossa segurança. Alterar drasticamente a nossa política externa irá assegurá-la. Em vez de enviar os nossos filhos e filhas ao redor do mundo para matar árabes, para que possamos ter o petróleo que existe sob suas areias, deveríamos mandá-los para reconstruir as suas infra-estruturas, fornecer água limpa e alimentar crianças famintas.

Em vez de continuar a matar milhares de crianças iraquianas todos os dias com as nossas sanções econômicas, deveríamos ajudar os iraquianos a reconstruir suas estações elétricas, suas estações de tratamento de água, seus hospitais e todas as outras coisas que destruímos e os impedimos de reconstruir com as nossas sanções econômicas.

Em vez de treinar terroristas e esquadrões da morte, deveríamos fechar a Escola das Américas. Em vez de sustentar a revolta, a desestabilização, o assassínio e o terror em redor do mundo, deveríamos abolir a CIA e doar o dinheiro gasto por ela a agências de assistência. Resumindo, deveríamos ser bons em vez de maus. Quem iria tentar deter-nos? Quem iria odiar-nos? Quem iria querer nos bombardear?

Esta é a verdade, senhor Presidente. É isto que o povo americano precisa ouvir.

Bernard Law, arcebispo de Boston