Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

29/09/2007

O poder do indivíduo no mundo globalizado

"Fraqueza não é um mal de nascença, mas sim cultural. Se aprende a ser fraco." (Lionel Luthor - SmallVille)

Leonildo Correa -- 29/09/2007 -- Somos adestrados, desde de pequenos, a sermos fracos e impotentes diante dos sistemas vigentes. Aprendemos a acreditar na fraqueza do indivíduo diante do Estado, da religião, da família e do poder dominante. Enfim, somos treinados, desde de criança, a sermos dóceis e, portanto, facilmente domesticáveis. É a subserviência inculcada na pessoa desde o berço.

Contudo, os tempos mudaram e a coragem para enfrentar um sistema, uma qualidade rara até então, se disseminou pelo planeta e se tornou comum nas sociedades. Uma evidência clara disso foi a ação de Bin Laden. Um homem e seu grupo desafiando e enfrentando a maior potência da terra.

O ato de Bin Laden rompeu o paradigma de que Estados agiam e guerreavam apenas contra Estados, pois os EUA (um Estado) declararam guerra a um grupo, a um homem. Assim, a chamada guerra ao terrorismo não é uma guerra contra o Afeganistão ou contra os países do eixo do mal, mas sim uma guerra contra indivíduos, contra pessoas e seus grupos, supostamente, terroristas.

Neste contexto, o terrorismo remodelou a distribuição de forças na sociedade, tanto no âmbito nacional, quanto no contexto internacional, e reacendeu no indivíduo a capacidade de ação e o poder que jazia adormecido em seu peito. Adormecido por causa da ação de mecanismos do sistema, que buscam inutilizar a força individual, fazendo-nos acreditar que somos frágeis, fracos e impotentes diante da força imponderável e inexorável do Estado e da classe dominante, fazendo-nos acreditar que ninguém consegue enfrentar sozinho e derrotar o sistema, assim como sozinho nada pode ser feito. Mas isso é mentira, pois se o sistema não pode ser derrotado, as pessoas que o controlam podem.

Assim, todo indivíduo possui em si e traz consigo a capacidade e o potencial para mudar a história humana, entretanto poucos tem coragem para acionar essa força, poucos ousam travar uma luta direta contra o poder hegemônico, perseguindo implacavelmente seus principais elementos (autoridades).

Porém, se não é possível ao indivíduo sozinho conquistar o Estado, é possível, e completamente possível, que um indivíduo sozinho redirecione e redefina este sistema. Assim, uma única pessoa é capaz de mudar completamente a história de uma nação. Um exemplo disso, foi o ataque simples e inusitado que vitimou o Presidente americano John Kennedy. Um homem sozinho, com um rifle e com um tiro, redefiniu a história dos EUA.

O que estou tentando dizer é que, na atualidade, não há necessidade de se ter um grupo grande, um exército invencível ou o poder de um senador para se modificar e redefinir a história, assim como não há necessidade de se constituir um exército de fanáticos seguidores para se atacar uma autoridade ou um Estado. Hoje o poder e a força estão com o indivíduo, basta que ele tenha informação, planejamento e coragem (iniciativa) para lutar por seus ideais e enfrentar o poder vigente, inclusive, dada a heterogeneidade dos grupos e dos interesses, é mais fácil um indivíduo sozinho obter sucesso, em uma ação ousada, do que um grupo de indivíduos.

Assim, hoje em dia, não é viável a montagem de uma guerrilha, rural ou urbana, com um grande número de indivíduos, para se enfrentar o poder da classe dominante, assim como não é inteligente constituir um grupo hierárquico e burocrático para esta luta. Grupos grandes podem ser detectados, infiltrados e eliminados. Grupos pequenos e ações individuais passam despercebidas e não são considerados perigosos pelo poder dominante. Portanto, na atualidade, os meios mais eficazes de luta contra o Estado e a classe dominante são aqueles que priorizam o indivíduo sozinho e a alta tecnologia, logo são as ações realizadas por grupos pequenos, flexíveis, independentes e altamente equipados. Além disso, a luta deve ser baseada em células sem identificação e comunicação direta, assim como no desenvolvimento de guerras de baixa intensidade e eliminação seletiva de inimigos. Enfim, as guerras futuras serão baseadas no terrorismo e na guerrilha urbana, composta de poucos membros e organizada em células.

Diante disso, as autoridades governamentais devem ouvir, não apenas os grupos hegemônicos, mas também os elementos isolados, considerando que estes últimos tem mais flexibilidade e capacidade de ação, principalmente no desenvolvimento de meios violentos de contestação, pois possuem pouco a perder e muito a ganhar, enquanto que os grupos dominantes são mais duros e de pouca mobilidade, possuindo muito a perder e pouco a ganhar, principalmente na propositura de uma ação radical. Basta lembrar que o poder dominante está ligado ao poder econômico e, numa quebra institucional, este último é o primeiro a sofrer as conseqüências mais fortes.

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O poder de ataque dos vírus


Leonildo Correa 13/08/2007


Eu li um texto no STOA falando dos seres unicelulares e da força de arrasto. Depois de ler esse texto resolvi escrever algo sobre o poder de ataque dos vírus.

O texto de Ewout Ter Haar (ler texto) diz que: "Para organismos unicelulares natação é bem diferente do que para organismos do nosso tamanho. Se você for muito pequeno, efetivamente a viscosidade e as forças de arrasto são tão grandes, que você vive num mundo “sem inertia” e as forças de gravidade são de pouca importância."


Certamente, as forças NATURAIS são inexoráveis, principalmente para seres tão pequenos. Contudo, o fato das forças Naturais serem inexoráveis não impede a ação deste pequenos organismos sobre o ambiente no qual estão inseridos. E a ação desses pequenos é tão forte e elaboradas que são capazes de atacar, controlar e destruir sistemas que são infinitamente maiores que eles.

Um exemplo claro disso é o vírus. Um ser exponencialmente menor do que os unicelulares e com um poder de fogo e de ataque capaz de dizimar todo o exército americano em questão horas. Portanto, o tamanho não significa inteligência e não quer dizer nada sobre o poder de ação de um ser. A ação feita com inteligência derruba e desarma quaisquer inimigos, quaisquer sistemas, não importando o número daqueles que estão do outro lado. Mas vamos às medidas.

Em uma busca rápida na internet descobri que "Os vírus apresentam uma grande variedade de forma e de tamanho. O diâmetro dos principais vírus oscila de 15-300 nm. O vírus da varíola é o maior vírus humano que se conhece (300x250x100 nm), enquanto que o da poliomielite é o menor vírus humano (20 nm de diâmetro). O vírus da febre aftosa, responsável por uma doença em gado, possui 15 nm, sendo portanto, menor que o poliovírus." (Texto da busca)

Mas quanto vale 1nm. Em outra busca mais rápida ainda, descobri que 1nm (Um nanometro) vale 1,0×10−9 (dez a menos nove) metros – ou um milionésimo de milímetro. Agora, qual é o tamanho de um ser vivo, por exemplo, o homem ? 1,7 m ? Compara o tamanho do homem com o tamanho do vírus e diga-me: um vírus pode atacar, controlar e matar um homem ? Não só pode, como mata. Basta ver o vírus da AIDS.

Contudo, a força de arraste continua existindo e carregando o vírus para toda a parte. Mas o vírus não está nem aí. A força de arraste não lhe interessa. Porém, isso não impede o vírus de agir sobre o ambiente que o rodeia e controlá-lo completamente, assim como matá-lo em pouco tempo.

E o negócio é tão surpreende que chego a pensar que os vírus usam táticas de guerrilha para controlar os outros seres. Parece até que há uma inteligência em ação, dada a estratégia desses pequeninos. Veja o caso do vírus da AIDS. "Ele penetra no corpo humano por vias bem definidas e ataca as células importantes que fazem parte do sistema de defesa do nosso organismo." O vírus não ataca as células gordas para se alimentar. Nem as mais gostosas ou desprotegidas. Ele não faz isso. Ele vai direto nas células de defesa. Nos soldadinhos chamados linfócitos. "O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido."

Essa é uma estratégia eficientíssima. Tão eficiente que ninguém consegue encontrar um meio capaz de eliminar o vírus do organismo. Uma estratégia que consiste em atacar o sistema de defesa e deixar o organismo completamente desguarnecido, vulnerável, à mercê da vontade do vírus.

Não só isso, veja como essas coisinhas são inteligentes: "(...) os vírus só são replicados dentro de células vivas. O ácido nucléico viral contém informações necessárias para programar a célula hospedeira infectada, de forma que esta passa a sintetizar várias macromoléculas vírus-específicas necessárias a produção da progênie viral. Fora da célula susceptível, as partículas virais são metabolicamente inertes. Estes agentes podem infectar células animais e vegetais, assim como microrganismos. Muitas vezes não produzem prejuízos aos hospedeiros, embora demonstrem efeitos visíveis."

Enfim, as forças NATURAIS podem arrastar os seres prá e prá cá. Contudo, isso não quer dizer absolutamente nada quanto ao poder de ação desses seres sobre o ambiente que o rodeia e sobre o sistema no qual estão inserido. E a experiência mostra claramente, no caso do víru, que um ser de tamanho 10−9 (dez a menos nove) metros pode atacar, controlar, derrubar e matar um ser de 1,7 metros.

E para finalizar esse texto interessante, cito a reflexão do Agente Smith, falando para NEO, no filme MATRIX:

"Eu gostaria de lhe contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Isso porque todos os mamíferos do planeta entram em equilíbrio com o meio ambiente onde vivem. Mas os humanos não. Vocês humanos vão para uma área e se multiplicam, e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. a única forma de sobreviverem é indo para uma outra área, reiniciando o ciclo de destruição. Há um outro organismo neste planeta que segue esse mesmo padrão. Você sabe qual é ? Um vírus. Os seres humanos não são mamíferos, mas sim vírus. São uma doença, um câncer neste planeta. Vocês são uma praga e nós somos a cura."