O primeiro elemento é um regime político dominado pela religião. O segundo é o discurso de destruição do Estado de Israel. E o terceiro é a suposta tentativa de construir armas nucleares, ou seja, armas de destruição em massa.
A reunião desses elementos, inegavelmente, podem servir para convencer a comunidade internacional e a opinião mundial de que o Irã deve ser destruído, logo, podem reunir forças para atacar o país da mesma forma como atacaram o Iraque e, no final de tudo, se descobre que os interesses da guerra eram outros e o discurso utilizado para justificá-la não passou de mentiras.
Justamente, para evitar esse tipo de ação, é que o Irã, se pretende continuar vivendo em paz, deve abandonar o caminho das armas nucleares. Nenhum país tem o direito de produzir armas de destruição em massa. Se o Irã não possui armas de destruição em massa e nem está tentando obtê-las, não há razão ou justificativas para uma guerra.
Segundo, o Estado de Israel existe como Estado e faz parte da comunidade internacional. Logo, em pleno século XXI, proferir um discurso de destruição contra um Estado, contra um Povo, seja qual for, não é uma coisa razoável e correta. Israel não tem o direito de destruir o Irã ou quaisquer outro país. Assim como o Irã também não tem o direito de querer a destruição de Israel ou de quaisquer outro país.
A estabilidade mundial e o caminho da paz exigem consciência dos governantes. O discurso de destruição de um país é altamente nocivo e corrosivo para o mundo atual, pois implica, necessariamente, em guerras, violência e extermínio. E esse caminho de destruição, guerras e violência de uma nação contra outra nação, tem que ser fechado definitivamente.
Mas e a questão do Holocausto ? É irrelevante. Se existiu ou se não existiu, não tem relevância. O importante na história do holocausto é que, se ele existiu, não pode, sob hipótese nenhuma, se repetir; se ele não existiu, não pode, sob hipótese nenhuma, existir. Afinal, nenhum Povo tem supremacia sobre outros Povos, pode escravizá-los, usá-los como matéria-prima de processos industriais e tentar varré-los da face da terra. É isso que a história do Holocausto mostra. Esse é o ponto fundamental. O resto é conversa.
Portanto, o Irã, se quer continuar vivendo em paz, deve seguir um caminho que não o transforme em inimigo da comunidade internacional. Essa construção do inimigo é feita pela imprensa global que, geralmente, convence a opinião mundial. O caminho que transforma o Irã em inimigo do mundo é o da construção de armas nucleares, armas de destruição em massa, e o discurso de destruição do Estado de Israel. Sem esses dois elementos, o discurso daqueles que pretendem atacar o Irã para se apropriar de seu petróleo, etc fica vazio e sem eficácia.
E o uso da energia nuclear para geração de energia ? Certamente, o Irã tem o direito de desenvolvê-la, desde que faça às claras, para não dar pano para a manga, ou seja, motivo para suspeitas e construção de mentiras.
Outro ponto é a questão da supremacia religiosa sobre a política no Irã. Essa questão é controversa, pois depende da iluminação da consciência desses religiosos. Existem religiosos que falam em nome de Deus. E existem religiosos que falam em nome deles mesmo. De uma forma ou de outra, o que realmente importa é a forma como a sociedade é conduzida e administrada. A opressão, as exclusões, a violência, as injustiças etc é sempre um mal, venha da política, venha da religião ou venha de ambas. Além disso, há países nos quais a base do poder político é a religião e vivem com ampla liberdade e em paz, etc.
Portanto, o ponto essencial, nessa questão, é a forma como a sociedade conduzida e administrada. Um governo de justiça, liberdade e paz tende a se perpetuar, não importa se a sua base é construída por elementos políticos ou religiosos. Um governo de opressão, exclusões, violência e injustiças não vai muito longe. Esse é o ponto fundamental.