Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

06/09/2008

Dando uma forcinha para o Obama
Ao invés de falar de eleição municipal, vou meter a minha colherzona na eleição norte-americana. Por isso, resolvi dar uma forcinha, alguns elementos de reflexão, para os estrategistas da campanha de Obama...

McCain não é inimigo dos EUA e, certamente, não tem interesse em afundar ainda mais essa nação, ou seja, ele não está concorrendo à eleição para continuar dirigindo o Povo Norte-americano para uma grande derrocada. Certamente, esta não é a intenção pessoal que movimenta McCain. Contudo, o caminho da derrocada, seguido pelos EUA atualmente, deriva do método, da forma de pensar, do paradigma que movimenta os republicanos. Portanto, mesmo que ele não queira e lute para seguir um caminho diferente daquele seguido por Bush, o modelo irá empurrá-lo para a mesma direção, para o fundo do poço. Não são as intenções pessoais que determina o caminho seguido por um governo, mas sim a forças que movimentam os paradigma adotado pelos integrantes desse governo... O paradigma determina quem são os assessores, os secretários, os aliados, os grandes interesses que serão ouvidos e atendidos. E o paradigma republicano é movido por petróleo, paranóia da segurança e do controle, paranóia do terrorismo, guerras e ocupações.

Quem é movido por esse paradigma não fará nada diferente do que já foi feito. Pensa exatamente igual àqueles que governaram os EUA nos últimos oito anos... E se pensa igual não vai achar saída diferente. A menos, é claro, que os republicanos rompam com o paradigama republicano. Mas, neste caso, se transformariam em Democratas...

É interessante observar que o 11 de setembro ocorreu durante um governo republicano. Não foi em um governo Democrata. E, inegavelmente, derivou do paradigma republicano, dos métodos de ação desse governo, ou seja, da política intensiva do big stick. Se os problemas que os EUA enfrentam hoje tem origem no paradigma, eles somente serão resolvidos quando o paradigma mudar. Só uma mudança de paradigma atinge a raíz, a estrutura do problema, enfrentando-os com antídotos mais eficazes e eficientes...

Para mudar os EUA é preciso mudar o paradigma. Caso contrário, a derrocada continua. E a mudança de paradigma só ocorrendo trocando os Republicanos pelos Democratas. Inclusive, a Hillary Clinton disse que a vitória de McCain significa mais quatro anos da mesma coisa que já teve por oito anos. Não é só isso. Significa mais quatro anos da mesma coisa piorada...

Mas e a governadora do Alasca ? Considerando que ela é uma mulher, é um passo importante dos Republicanos contra o machismo. Porém, ela não foi escolhida para governar os EUA. Ela foi escolhida para ajudar o McCain a vencer a eleição. Ela não entrou na chapa por causa de preocupações dos republicanos com a opressão/exclusão feminina. Eu acho difícil a governadora ter uma voz firme e determinante, fazer o papel de vice, dentro de um governo republicano. Isso porque eles são naturalmente conservadores e machistas. Nessa mentalidade a mulher tem um lugar bem definido: estar abaixo do homem e ser mãe.

Além disso, a governadora foi colocada na chapa para capturar os votos daqueles que apoiavam a Hillary e ficaram insatisfeitos com o fato dela não ser indicada como vice na chapa de Obama. Porém, com governadora ou sem governadora, o paradigma republicano que governou os EUA nos últimos 8 anos não será modificado em nada...

Inclusive, a filha adolescente grávida da governadora, foi um truque para atrair olhares liberais. Um truque para suavizar a carranca conservadora dos republicanos, dando ares de pessoas mais abertas para a realidade do século XXI. Contudo, essa gravidez não deveria atingir tanto a governadora quanto o fato de ter próximo dela uma pessoa que lutou/luta, não sei ao certo, pela independência do Alasca... Para quem vive a paranóia da segurança e do controle, ter um elemento que quer dividir os EUA na Casa Branca, é motivo para longas histórias de conspiração...

Além disso, há a história da famigerada experiência de governo... Eu não sei se o Alasca serve de experiência de governo para quem quer governar os EUA. Governar os Alasca que só tem gelo, árvores e urso é uma coisa, governar a potência número 1 do planeta é outra... Sem contar que a governadora é vice e quem realmente vai dar as cartas é o McCain...

Também considero que experiência não é muito relevante para um governo. O paradigma é essencial, mas a experiência do governante não. Vemos isso olhando para o Bush. Ele não foi governador do Texas ? Ele não governou os EUA uma vez e depois outra ? Portnto, se experiência de governo significasse alguma coisa, o Bush não teria feito o que fez. Ele saberia evitar os erros com famigerada experiência... Mas não evitou. Não evitou porque os problemas não vinham só do Bush, vinham e vem do paradigma adotou e dos interesses que movimentam tal paradigma.

Mais uma coisa... A violência que acompanha os republicanos é muito intensa e forte. Isso aparece no fato McCain ser um ex-combatente, da governadora posar com um rifle, da convenção republicana ser marcada por manifestações e confrontos com a polícia... E, num olhar transversal, no fato das forças da natureza também se oporem à convenção, ou seja, no fato da convenção dos repubicanos estar na rota de um furacão... Mero acaso para alguns. Um aviso claro para outros.