Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

10/06/2008

Para internacionalizar a Amazônia
Nós sabemos que não há seriedade na política de proteção da Amazônia. Sabemos que naquela região os interesses econômicos falam mais alto do que a questão ambiental. (Vocês viram o madeireiro que foi preso pela Polícia Federal e saiu, duas horas depois, tomando cafezinho ?) Sabemos que a destruição da Amazônia não ocorre só de baixo para cima, do sul para o norte, mas também de dentro para fora (Rondônia, Acre, Amazonas, Pará).

Enfim, sabemos que caminhamos para a destruição completa da Amazônia. Tanto por incompetência e hipocrisia das autoridades públicas, que hesitam em fazer o que tem que ser feito, quanto por ação direta do poder econômico que age descaradamente contra os interesses públicos que exigem a preservação da biodiversidade ou a exploração sustentável da região.

Resumindo a ópera, não neste e talvez também não no próximo governo, mas depois de 2015 a pressão internacional para a internacionalização da Amazônia sairá do plano das palavras indiretas e entrará no plano da ação. Isto porque nesta época a destruição da Amazônia chegou no limite do suportável, ficando comprovado para o mundo que o Brasil, que os grupos dominantes brasileiros, destruirão completamente a Amazônia... Logo, a comunidade internacional decide intervir e abocanhar a região...

Alguns dirão que isto é uma ficção da minha cabeça. Mas não é... Este cenário de intervenção internacional não só é possível, como tem grande probabilidade de acontecer. E a intervenção não será feita arbitrária e nem ilícita, mas seguirá as normas internacionais estabelecidas pela ONU...

Primeiro, penso eu, será votada na ONU uma resolução que estabelece o tamanho mínimo que a floresta tropical pode chegar. Um tamanho que se for reduzido abalará o clima de todo o planeta, ocasionando uma série de catástrofes e destruição... Com esta resolução a destruição da Amazônia se torna um problema de segurança internacional, uma ameaça à paz mundial. Logo, o próximo passo é aplicar o capítulo VII da Carta das Nações Unidas...

Dessa forma a intervenção da ONU na região será legitimada perante a comunidade internacional. Certamente, haverá outros detalhes nesta história, mas a parte grossa da coisa é esta.

A Amazônia é patrimônio do Brasil e dos Brasileiros. Este patrimônio deve ser explorado racionalmente, com consciência. É um patrimônio que deve ser explorado, não destruído. É um patrimônio que se for destruído afetará o planeta inteiro. Não só isto, a Amazônia é um patrimônio que também pertence às gerações futuras. Logo, a turma do Maggi, que vê no lugar da floresta Amazônica lenha e madeira, assim como terras para soja, cana e gado, tem que ser inibida/afastada/ retirada, enquanto ainda temos tempo, daquela região.

Ou radicalizamos agora, ou vamos chorar o leite derramado depois. A questão é simples e direta: se não é sustentável, não tem espaço no mundo atual. E desmatamento não é sustentável... Logo, a única discussão possível sobre desmatamento é o que fazer com aquilo que foi desmatado.

Na minha opinião todas as terras oriundas de desmatamento devem ser distribuídas para pequenos agricultores. Quem desmatou tem que ser expulso da região. Caso contrário ele colherá os frutos do crime que cometeu. Inclusive, isto parece ter virado costume no Brasil, ou seja, o indivíduo pratica um crimão (crime bem grandão); esconde o produto do ilícito; vai na justiça; cumpre a pena; saí com a cara limpa e vai gastar o dinheiro que ganhou ilicitamente...

Se o indivíduo roubar cem milhões de reais, esconder o dinheiro bem escondido e for condenado a dez anos de prisão, ele cumprirá a pena alegremente, ou seja, ficará dez anos sem trabalhar, comendo nas costas do povo e esperando chegar a hora de gastar o dinheiro. Certamente, sairá da prisão, entrará no avião e irá desfrutar o resto da visa em alguma ilha grega.

Já o coitado que é honesto e trabalha por dez anos, certamente, não conseguiu ganhar nem um milhão. Além disso, passará dez anos de sua vida se matando para nada. Inegavelmente, o sistema econômico atual, fundado na exploração e opressão dos grupos dominantes (uma minoria) sobre a maioria, potencializa e premia a desonestidade e a criminalidade.

Enfim, a destruição da Amazônia está dentro desta lógica: o crime ambiental compensa e remunera muito bem. E esta lógica empurra para a internacionalização da região...

Mais uma coisa, é fundamental, na região amazônica, a limitação do tamanho das propriedades. Não podemos repetir o modelo de latifúndio que existe no sul. Não podemos deixar que promovam, como estão promovendo, uma concentração absurda de terras. Um exemplo dessa concentração é o empresário sueco que possui mais de cem mil hectares na região...