Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

20/05/2008

O papel da mídia no extermínio no Rio de Janeiro
Quando a mídia começa a mostrar as favelas, não o problema social, as desigualdades e a miséria, mas sim traficantes armados e coisas deste tipo, pode esperar, vem matança por aí.

A mídia (jornais, telejornais, etc) servem como um arauto do extermínio. Preparam a população para o mal que será praticado, evitando, assim, a explosão de uma revolta popular. Buscam, com as imagens e falas de jornalistas justificar o extermínio que a polícia irá realizar. Não só isto, trabalham para descaracterizar as favelas e periferias, transformando o local e seus habitantes em inimigos da sociedade branca que está fora das periferias e favelas. Na favela e periferias, resumem os telejornais, só tem bandidos armados até o dentes, gente com armas de guerras, etc.

A meta é paralisar, amedrontar e entorpecer o resto da sociedade, que está fora da periferia. Justificando, assim, o extermínio que promovem dentro das comunidades pobres e excluídas. O discurso é tornar o resto da sociedade refém da periferia, quando, na verdade, a periferia é produto do mal praticado pelo resto da sociedade.

O discurso do medo sempre funciona. E quem dissemina este discurso é a mídia. O Bush se reelegeu com o terrorismo. Os tucanos, em São Paulo, inventaram o PCC e, quando querem amedrontar a população, botam a criminalidade organizada na rua, atirando para todos os lados e matando policiais. Porém, eles, os tucanos, tem negócio com a criminalidade organizada.

No Rio não é diferente. O narcotráfico serve para encobrir e obscurecer um monte coisas. Quando começam a mostrar bandidos e traficantes com armas de guerra, não tenha dúvida, estão tentando encobrir algo maior, desviar a atenção da pessoas. Meia dúzia de traficantes na entrada da favela, podem estar armados com um tanque de guerra, que não representam nenhuma ameaça para o Estado ou para as centenas de milhares de pessoas que vivem nestas comunidades.

Se tem traficante com arma de guerra, se tem traficante controlando entrada de favela, é por incompetência absoluta do Estado. O Governo sabe que a solução é ocupar as favelas definitivamente. A polícia tem que entrar e não sair mais, assim como patrulhar as vielas 24 horas. Mas isto não é feito.

A polícia vai na favela para matar pessoas. Mata um monte e cai fora. Meses depois volta e mata outro monte e cai fora. E assim a coisa se repete ano após ano. A meta não é resolver o problema, não é curar o doente, mas sim mantê-lo sobrevivendo, mantê-lo sob medicamentos. Enquanto o doente for mantido neste estado vegetativo, a indústria de medicamentos vende seus remédios. Por que curar a AIDS se é mais lucrativo vender coquetel ? Se existir uma vacina contra a AIDS ninguém vai comprar coquetel. Por que curá-lo se a meta é vender remédios ? Por que resolver o problema do narcotráfico se a meta é usá-lo para controlar a população, para invadir as periferias. É mais lucrativo, muito mais, manter a indústria das drogas funcionando, a população como refém dos "supostos" bandidos que usam armas de guerra, etc...

Inegavelmente, a marca do governo do PMDB do Rio de Janeiro será o extermínio. Em 2010 contaremos os mortos. E daremos o título "O Governador que mais matou na História do Brasil" e, junto com o título, uma medalha de nazista do ano. Certamente, junto com a medalha vai um chapéu de burro, pois ele terá milhares de mortos em suas mãos e o narcotráfico funcionando nas favelas como se nada tivesse acontecido. Adiantou matar tanta gente ?

A maior evidência de que a solução não é a repressão, mas sim a descriminalização, é o fato dos bandidos presos, inclusive em presídios de segurança máxima, continuarem gerindo/administrando suas bocas-de-fumo e distribuindo drogas nos morros e nas favelas. Quando o narcotraficante morre, abre, na favela, a sucessão do negócio das drogas e a fila sucessória é infinita.

Contudo, enquanto "supostos" bandidos desfilarem com armas de guerra e controlarem entrada de favela, a população continuará amedrontada, refém dos governantes e da indústria das drogas. Além disso, enquanto isto acontecer a polícia terá carta branca para invadir as periferias e promover extermínios.

Inclusive é interessante observar a semelhança entre o BOPE, tropa de elite da Polícia do Rio, e o esquadrão da morte. Usam o mesmo símbolo. Só muda o fato da caveira de um ter dois ossos por baixo e a do outro ter duas armas cruzadas. Mas a caveira é a mesma, ou seja, a morte que promovem, objetivo de ambas as organizações, é a mesma.

Além disso, o PAC da favela não vai funcionar se se resumir a construir projetos sociais sem, ao mesmo tempo, inserir policiais 24 horas nas comunidades. A polícia tem que ter presença marcante e constante. Contudo, alerto desde já, isto não resolve o problema das drogas, porém tira o narcotráfico da favela. Certamente, os narcotraficantes vão mudar o endereço da boca-de-fumo para locais de alto padrão. Já estão mudando...

O que resolve definitivamente o problema das drogas é a descriminalização. (Texto completo aqui)