Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

30/05/2008

Eu queria fazer igual o Platão
Depois que os cidadãos, na Ágora, decidirm pela morte de Sócrates, Platão, revoltado, retirou a Filosofia da Ágora e levou para a Academia.

Diz a Professora Marilde da UNB: "Desconfiado do senso comum, da dóxa e das aparências, Platão retira a filosofia da àgora levando-a para a Academia. A Política passa a ser assunto dos filósofos, que, em função de seu talento especial no dom da reflexão, iriam iluminar a cidade com sua sabedoria, retirando as algemas da ignorância em que se encontrava o cidadão ateniense."

Eu gostaria de fazer igual o Platão. Gostaria de retirar o Direito e a Justiça do Largo São Francisco e levá-lo para outro lugar. Esta Faculdade, hoje, não tem condições de refletir sobre estas categorias. No máximo ela consegue refletir sobre a lei e sobre técnicas jurídicas formais de aplicação da lei, nada além disso.

Na minha perspectiva, a Justiça está acima do Direito e o Direito está acima da lei. Concordo com Ulpiano, justo é dar a cada um o seu. E complemento com Rui Barbosa, na exata medidade de suas desigualdades.

As ações da maioria dos Professores desta Faculdade choca-se, frontalmente, com a História da Faculdade. Eles não possuem nenhuma, absolutamente nenhuma, capacidade de refletir sobre o Direito e sobre a Justiça. Eles não sabem o que é o Direito e nem o que é o Justo. Eles apenas conhecem a letra morta da lei, a técnica jurídica formal e o interesse econômicos de seus clientes e dos grupos dominantes.

A História da Faculdade de Direito do Largo São Francisco é uma história de revolução, de abolicionistas, de estudantes revolucionários, partindo para frente de batalha, ou enfrentando a polícia da ditadura nas escadarias da Faculdade. É uma história acoplada à realidade, às aspirações da coletividade da maioria da população.

E hoje, a maioria dos professores da Faculdade, desconhecem, ou fingem desconhecer, a realidade e o cotidiano da maioria da população. Professores que afundam a Faculdade na lama da indiferença, do conformismo, da resignação, da ação vazia da legalidade, da tolerância do mal e das injustiças sociais. Pior do que isto, ainda perseguem, hipocritamente, aqueles que se levantam contra o mal

Se não conhecem o Povo, desconhecem o Direito que o Povo tem. Se desconhecem o Povo, não podem fazer Justiça para o Povo.