No entanto, o regime comunista será central nos trabalhos desenvolvidos, explicou o director do instituto Pavel Zacek.
Um pouco por todos os países ex-comunistas de Europa de Leste é possível encontrar institutos dedicados ao estudo deste regime, como é o caso da Eslováquia e da Polónia. Agora é a vez da República Checa. A inauguração do centro em Praga é uma nova etapa no que diz respeito ao passado comunista do país: em 1991 foi adoptada uma lei para afastar da administração pública todos os ex-colaboradores da StB. Mais tarde, em 1996, os espiões tiveram autorização para consultar os seus processos. Em Março de 2003, foram divulgados numa lista os nomes de cerca de 75 mil antigos agentes da polícia secreta.
“Pela primeira vez depois de 1989, os arquivos da polícia secreta e dos recenseamentos civis e militares da época comunista estão concentrados num organismo único”, sublinhou Zacek.
Só os ficheiros do Ministério do Interior ocupam uma extensão de 17 quilómetros. Os arquivos contam com 120 mil dossiers pessoais dos colaboradores dos serviços secretos do regime comunista.
A criação do novo centro foi especialmente contentada por um grupo de 57 deputados comunistas e social-democratas que consideram que a coligação centro-direita está a “exercer uma influência política sobre a interpretação histórica” – argumento que acabou por ser rejeitado.
Por outro lado, o presidente da confederação de antigos prisioneiros políticos e presidente do conselho do novo instituto, Nadezda Kavalirova, felicitou o projecto e, em especial, o recrutamento para o mesmo de “jovens historiadores e investigadores, licenciados depois de 1990 e sem qualquer ligação ao passado”.
Antes da queda do regime comunista, mais de 260 mil prisioneiros políticos passaram pelos campos e prisões comunistas do país, mais 4 mil morreram e 248 foram executados.
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