Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

02/01/2007

Relatório Lugano

O que a autora compreendeu foi o modo como, para os neoliberais, tornava-se incontornável o problema da redução de população e, com ele, a discussão de estratégias para “resolver” a questão dos excluídos; ou seja, para falar com franqueza, a discussão de um processo de seleção que o poeta Heiner Müller qualificou certa vez como “limpeza social”, a partir das escabrosas experiências de “limpeza étnica”.

Mas a “solução” não poderia significar uma reabilitação de sistemas genocidas como o Holocausto, pois como dizem os especialistas do Relatório: “O modelo de Auschwitz é o contrário do que precisamos para atingir o objetivo. (...)

A seleção das «vítimas” não deve ser responsabilidade de ninguém, senão das próprias “vítimas”. Elas selecionarão a si mesmas a partir de critérios de incompetência, de inaptidão, de pobreza, de ignorância, de preguiça, de criminalidade, e assim por diante; numa palavra, elas encontrar-se-ão no grupo dos perdedores”.

Desentranhando a lógica do extermínio das políticas e das práticas neoliberais contemporâneas, Susan George desvendou a radicalidade do processo em curso e por isso chegou, em seus comentários finais, a uma conclusão cortante: “Ou declaramos guerra à pobreza agora, ou mais dia menos dias vamos nos descobrir em guerra contra os pobres. É essa a escolha”.

A exortação de George evocou em mim um comentário chocante de Gilles Châtelet que certo dia exclamou, num tom desesperado, a um grupo de intelectuais brasileiros: “Do jeito que as coisas vão, se vocês matassem os pobres do Brasil seria menos pior do que os horrores que vocês vão cometer contra eles”.

A observação surpreendeu os ouvintes, que conheciam o caráter radicalmente antifascista do filósofo francês; mas gravou-se como ferro em brasa em nosso espírito, porque sabíamos que ele evidentemente não estava defendendo o genocídio dos pobres mas apontando, por um lado, a criminosa e hipócrita face oculta das elites brasileiras, e por outro, o que considerava nossa inação. Meses depois, perdendo definitivamente a esperança no mundo, Châtelet suicidou-se...

Perigos Controle Impacto Conclusões Metas

Pilares A conquista e a guerra A fome Prevenção

A peste Quebra-cabeças In fine...

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