A decisão de usar os recursos minerais para revolucionar a
educação e a saúde é muito importante e, se bem administrada, essa medida pode
ocasionar uma revolução social, colocando o Brasil entre as nações com alta
qualidade de vida, extinguindo a pobreza e a miséria que atingem parte da
população.
Certamente, estou falando em termos de qualidade de vida,
qualidade da educação, do sistema de saúde, etc. A concretização disso implica
em administrar com sabedoria e justiça os recursos existentes.
No campo da educação, é válido assinalar que não basta apenas
encher a educação pública de dinheiro. É preciso fazer um planejamento detalhado
de quais projetos educacionais serão incentivados, assim como, qual o modelo de
educação será seguido.
Na minha perspectiva, a escola de tempo integral, da creche à
universidade, é o grande modelo para uma revolução na educação pública.
Além disso, as escolas devem ser equipadas com alta
tecnologia, assim como possuir cursos integrados, usando a internet e as redes
do governo em sala de aula, como mecanismos e ferramentas de aprendizado.
A idéia é ter um computador instalado em cada carteira e
todos as disciplinas fazerem uso de software educacionais, lousas digitais, etc
para ministrar o conteúdo de cada disciplina. A educação tem que se integrar à
tecnologia, formando a nova escola do futuro.
Em outras palavras, deve-se
construir uma escola capaz de ministrar a educação eletrônica. Educação
eletrônica não no sentido de ensinar só conteúdos tecnológicos, mas sim na
transformação de todo o ensino dos currículos escolares em conteúdos digitais.
Dessa forma, o aluno não apenas estuda em sala de aula, mas
também pode estudar os conteúdos sozinho, em sua residência. Com isso, haverá
uma mistura de educação presencial com educação virtual. Mistura importante para
ensinar às novas gerações o uso das novas tecnologias.
Certamente, o ensino presencial continuará existindo durante
a infância até o ensino médio. Nesse período as crianças e jovens aprenderão,
nas escolas públicas ou privadas, a usar as tecnologias para construir o
aprendizado que farão ao longo da vida.
Não adianta ter a tecnologia se não tiver o conteúdo, ou
seja, é preciso que existam conteúdos virtuais de qualidade, em cada disciplina
do ensino público, para que as tecnologias sejam usadas eficientemente.
Não só isso, é fundamental que o professor tenha conhecimento
e saiba conciliar o ensino presencial com o ensino virtual em sala de aula.
Saiba usar as tecnologias como ferramentas essencial do aprendizado. O
computador, assim como o caderno, é uma ferramenta de aprendizagem avançada.
Além disso, a escola integral é garantia de crescimento
exponencial de emprego e renda nos municípios e regiões do país. Isso porque a
instalação desse modelo exigirá a construção de mais escolas, a contratação de
mais professores, mais técnicos de informática e auxiliares. Logo, a geração de
mais emprego e renda é inevitável.
Para manter os alunos em tempo integral nas escolas é preciso
fornecer mais alimentação. Logo, a aquisição de alimentos dos produtores locais,
incluindo os produtores da agricultura familiar e cooperativas, gerará mais
renda nesse segmento de atividade.
Outra repercussão será nas despesas familiares, uma vez que
as crianças e jovens ficando o dia todo nas escolas, recebendo instrução e
iluminação, os pais ficarão disponíveis para trabalhar, terão menos custos com a
alimentação dos filhos.
Recebendo alimentação de qualidade nas escolas, as crianças e
jovens terão mais qualidade de vida, menor propensão a adquirir doenças, etc.
Sem contar que poderão ter acesso a médicos e psicólogos que acompanharão seu
desenvolvimento nos bancos escolares e durante toda a infância.
Portanto, além dos professores, as escolas integrais devem
ter médicos e psicólogos que acompanhem o desenvolvimento das crianças e jovens.
Com isso, os custos com desnutrição e problemas de saúde, violência doméstica,
problemas com drogas, etc entre crianças e jovens reduzirá.
É válido assinalar ainda que esse modelo de escola tem que
ter elementos variados, currículo flexível e atividades que envolva toda a
família.
Para completar esse ciclo, falta apenas integrar as empresas.
Isso pode ser feito através do oferecimento de cursos específicos que treinem o
aluno para trabalhar em determinadas áreas. O curso pode ser oferecido na escola
e os alunos, que fizerem esses cursos, recebem da empresa uma bolsa-estágio.
Após fazer o curso, o aluno passa a trabalhar na empresa como aprendiz.
Certamente, isso se aplica aos alunos do ensino médio e superior.
A idéia é que o aluno saia da escola empregado, acabando de
vez com o problema dos acadêmicos diplomados, porém, desempregado. Assim como,
com a dissociação entre ensino escolar e trabalho. Independentemente da área, a
escola ensina o aluno a atuar em uma delas. Logo, essa área tem que absorver
aquela mão-de-obra ou informar que não há mais vagas, indicando ao aluno que
deverá buscar formação em outra área. Certamente, ninguém vai se formar em uma
determinada área para ser desempregado ou ter uma formação inútil. Esse problema
tem que ser resolvido pelo governo, empresa e escola, em parceria.
Portanto, é essencial a construção de um sistema de ensino
público gratuito via internet, assim como um sistema de ensino público
profissionalizante, com curso e treinamentos relevantes para os alunos.
Inclusive, cada empresa pode produzir os cursos de treinamento virtual para seus
estagiários, aprendizes e funcionário que necessitam de reciclagem.
Disponibilizando esses cursos gratuitamente na internet pode qualificar, com
baixo custo, a mão-de-obra que necessita para seus quadros.
O número de pessoas conectadas está crescendo
exponencialmente e muitos cursos técnicos, assim como uma diversidade de áreas
dos saberes humanos, pode estar integralmente disponível, para acesso gratuito,
na rede mundial. Incluindo o conteúdo de todas as universidades e escolas
públicas. É um direito de todo cidadão ter acesso a esses materiais, pois é com
dinheiro público que são produzidos.
Enfim, a educação alimenta e desenvolve a consciência. Não há
desenvolvimento estável e duradouro sem educação de qualidade. Inegavelmente, é
um caminho certo para o desenvolvimento econômico e social, um caminho de
justiça e paz.
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- Verificar o total de alunos, a fim de estabelecer o número
de novas escolas que devem ser construídas;
- Construção de novas escolas e quadras para disponibilizar
vagas para todos os alunos;
- Contratação de mais professores para as novas turmas;
- Contratação de serventes, diretores e supervisores para as
novas escolas;
- Novo planejamento pedagógico, diversificando as atividades
escolares com aulas, filmes, esportes, etc.
- Contratação da cooperativa de pequenos produtores rurais do
município para fornecer a alimentação para os alunos (café da manhã, almoço,
merenda, jantar);
- Conseqüências dessas ações: geração de mais emprego e renda
no Município, assim como educação de qualidade, alimentação saudável e mais
saúde para as crianças e jovens. Sem contar a redução de custo para as famílias de baixa
renda que terão tempo disponível para exercer uma profissão.
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Para reduzir custos:
- Modo de Construção das escolas: pré-fabricada;
- Aquecimento solar da água;
- Captação de energia solar;
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Políticas para redução das desigualdades sociais:
- Ação governamental - governos;
- Ação empresarial - empresas comerciais, industriais e
agronegócio;
- Ação coletiva - ONGs, Igrejas, Famílias, Escolas,
cooperativas;
- Ação individual - cidadão.
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Ação governamental:
- Ação de curto prazo - políticas de contenção da miséria, da
pobreza e da desnutrição:
. Cartão Bolsa família;
. Restaurantes populares;
. Distribuição de alimentos para a população de baixa renda
(Leite para as crianças, cestas básicas, merenda escolar, etc);
. Mercados estatais (venda de produtos essenciais a preço de
custo - bolsa alimentos);
. Troca de material reciclado por alimentos;
. Construção de moradias populares.
- Ação de médio e longo prazo - políticas de redução das
desigualdades sociais:
. Educação profissionalizante;
. Universidades públicas;
. ProUni (bolsas) nas universidades particulares;
. Ensino básico e médio em tempo integral;
. Microcrédito para negócios familiares;
. Fomento para construção civil;
. Fomento para produção rural (...).
A multiplicação da Escola pública
em tempo integral
|
- Multiplica o número de escolas, logo será necessário
construir muito mais escola;
- Multiplica o número de professores, logo será necessário
contratar muito mais professores (concurso público, certamente);
- Multiplica o número de secretárias, merendeiras,
seguranças, logo será necessário contratar muito mais profissionais;
- Multiplica o número de refeições dadas aos alunos, logo
será necessário comprar mais alimentos da agricultura familiar e das
cooperativas locais;
- Reduz o número de crianças e jovens desnutridos e nas ruas,
logo a escola se torna uma peça importante na alimentação diária das crianças e
dos jovens e na redução
da violência;
- Aumenta o tempo disponível p/ as famílias exercerem uma
profissão, uma vez que os filhos estarão na escola de tempo integral;
- Reduz o custo das famílias com alimentação das crianças e
jovens, pois as escolas de tempo integral assumirão a maior parte das refeições
diárias das crianças e jovens;
- E se tivermos serviços de saúde - médicos da escola,
comparando à idéia do médico da família (médicos, dentistas, psicólogos, etc),
específicos p/ as escolas, atuando na prevenção de doenças e no cuidado às
crianças e jovens, construiremos uma geração educada e saudável;
- Logo, mais profissionais de saúde deverão ser contratados
p/ atuar nas escolas;
- Isso exige aumento de impostos ? Não, exige remanejamento
de recursos públicos, a instalação do governo eletrônico elimina a burocracia,
combate a corrupção e corruptores e combate o desperdiço de dinheiro público;
- Inclusive, na escola de tempo integral, as empresas terão
tempo p/ auxiliar c/ cursos, qualificando os profissionais que necessita, nas
escolas profissionalizantes. A empresa vai até a escola, oferece o ensino que
precisa p/ os seus profissionais e, em seguida, o emprego.
Em outras palavras, o jovem já sairá da escola de tempo
integral, com um emprego. Resolvendo o problema de ter vagas e não ter
profissionais qualificados, o problema de ter gente com diploma, mas não ter
emprego p/ essas pessoas.
- Enfim, a instalação da escola pública em tempo integral é
um "New Deal" ou um pac da educação, é investimento, gera desenvolvimento e
movimenta toda uma cadeia
produtiva do país.
- O que não entenderam ?
- Se entenderam por que essa idéia ainda não foi realizada.
Crianças e Adolescentes em um mundo em transição:
Nesse item o ponto fundamental é a educação. Inegavelmente, a
obra "Educação: um tesouro a descobrir", de Jacques Delors, elaborado para a
UNESCO, tem muitas idéias importantíssimas sobre essa questão, ou seja, caminhos
para a formação, nas futuras gerações, de uma consciência universal, uma
consciência cosmopolita.
O dicionário define cosmopolita como: "Do grego -
kosmopolites, de kosmos: mundo + polites: cidadão". Já universal é definido
como: "Do latim - universalis. Relativo ou pertencente ao Universo, ao cosmo.
Diz-se do que se estende a toda a Terra; mundial, planetário". Portanto, a
construção de uma consciência universal ou cosmopolita significa a construção de
uma consciência comum, com valores comuns, em todas as pessoas do mundo.
Certamente, essa consciência comum não visa substituir a cultura, os costumes e
os valores locais, mas sim integrar os valores universais aos valores
individuais, de tal forma que a pessoa se transforme em um cidadão do mundo, de
todos os países.
Esses valores universais devem ser valores oriundos da idéia
de direitos naturais do homem, da idéia de humanidade e direitos humanos.
Valores universais são valores intrínsecos ao homem, são direitos inerentes que
ele possui pelo simples fato de ser uma pessoa. Logo, não importa onde quer que
esteja, em qual país esteja, esses direitos universais ou naturais devem ser
respeitados e garantidos.
Uma consciência universal é uma consciência que carrega e
respeita esses valores universais. Certamente, também respeita sua cultura e
seus costumes locais. Porém, o local não pode contrariar os valores universais.
Considerando que o universal protege o homem como ser humano, protege a vida, a
liberdade, a justiça e busca a paz, a contrariedade local refutaria essa
proteção universal. Logo, quando o local contraria o universal, deve prevalecer
aquilo que universal, que é mais justo e protege o indivíduo, o mais fraco,
contra as arbitrariedades do sistema e a força dos poderosos.
Inegavelmente, essa consciência universal, consciência
cosmopolita, tem que ser construída sobre elementos sólidos. Conhecimentos,
saberes e informações construídas pela humanidade, ao longo de sua história, não
pode ser abalados pelos interesses instáveis e passageiros das mídias globais.
Os meios de comunicação são empresas visam o lucro e, nem sempre, caminham na
direção da evolução da humanidade.
Nesse aspecto, a educação tradicional, que transmite os
saberes, conhecimentos e informações construídos pela humanidade, ao longo de
sua história, tem o papel fundamental de formar uma consciência com elementos e
valores capazes de confrontar as banalidades do dia-a-dia e detectar se estamos
diante de argumentos verdadeiros ou se se trata apenas de mais uma ação para
proteger determinados interesses e grupos, contra a vontade e os interesses da
coletividade.
A educação adequada tem que ser em tempo integral. Começar
nos primeiros anos de vida e só terminar com a formação profissional do
educando, seja em um curso técnico, seja em um curso superior. Sem uma formação
profissional, o indivíduo não deveria sair da escola. Isso porque, sem essa
formação, a educação não cumpriu totalmente a sua função que é formar um ser
humano (consciência individual crítica), formar um cidadão (consciência coletiva
e política) e formar um profissional. Falhou na formação do profissional. E sem
profissão, seja qual for, da mais simples à mais sofisticada, é difícil a
sobrevivência no mundo. Quaisquer profissão exige conhecimento, saberes e
informações.
Certamente, a educação tem que ser flexibilizada. O foco não
pode estar na obtenção do diploma, mas sim na transmissão do conhecimento, dos
saberes e da informação. O conhecimento, os saberes e a informação, sendo
verdadeiros, relevantes e eficazes, transformam o mundo, promovendo um salto na
evolução das consciência. Nesse aspecto, a democratização e a socialização
desses elementos são fundamentais para a construção de uma consciência
universal, uma consciência cosmopolita.
Inclusive, seria muito interessante a construção de um
sistema universal de educação.Nesse sentido os projetos Open Course Ware (OCW),
iniciados pelo MIT, é um caminho que deveria ser seguido e aprofundado. Assim,
disponibilizando conhecimentos, saberes e informações, retidos nas melhores
universidades do mundo, gratuitamente na internet e em vários idiomas, haverá um
aumento no nível intelectual das populações que, de outra formando, não teria
acesso a esses materiais, conhecimentos, saberes e informações. Assim, todas as
escolas do mundo ligariam seus computadores nessa rede mundial de educação,
realizando os cursos que lhes interessam.
Crianças e adolescentes devem ter acesso a uma educação de
qualidade em uma escola integral. Não adianta ter uma escola integral se a
educação não tem qualidade. E educação de qualidade se faz com recursos
tecnológicos acessando conhecimentos, saberes e informações relevantes
produzidos nas grandes universidades mundiais.
Além disso, essas escolas integrais devem conjugar educação,
esporte, cultura, saúde e trabalho. Em outras palavras, além de ensinar, as
crianças e adolescentes, devem ter acesso a práticas esportivas, a projetos
culturais (filmes, teatros, museus, etc), a trabalho, ou seja, estágios nos
quais possam pôr em prática o que aprendem em sala de aula.
As escolas e sistemas de ensinos atuais são fragmentados e,
raramente, unem a teoria escolar com a prática do dia-a-dia. Trabalham o
conhecimento, saberes e informações em esferas separadas, sem cruzá-los com a
prática do dia-a-dia, com a vida em sociedade. Na visão deles, a escola é uma
coisa, a vida é outra. Isso está completamente errado. O que se aprende na
escola deve ser aplicado no dia-a-dia, na solução de problemas da vida, na
construção de novos caminhos, etc.