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23/10/2009

Faraós do Mercado
Eu chamei os opressores e dominadores do capital, que usam a maioria da população como gado humano para produzir riqueza, lucros e poder para si e para seus grupos de Faraós do Mercado. Certamente, a minha comparação coloca-os na casta dos Faraós de Amon, não na linhagem de Akhenaton. Aton é luz, significa sol. Amon significa oculto. Oculto igual a mão-invisível do, você-sabe-quem...

Vamos especular mais um pouco... Essa idéia de um "deus" habitando no meio dos homens e trazendo uma era de paz, justiça e prosperidade pode ter saído do Egito (construído na época de Akhenaton) e irradiado para outras religiões... Existe alguma outra referência mais antiga para essa idéia ???

Inclusive, essa história sugere algumas perguntas interessantes: José foi autoridade no Egito em qual época ??? Na época de Akhenaton ??? Dizem que Moisés viveu um século depois de Akhenaton... Isso poderia colocar José na época de Akhenaton.

Mas por que Akhenaton é um ponto importante para as religiões: por que é o primeiro culto monotesísta de que se tem notícia... Certamente, considerando que Akhenaton é história e não invenção...

Inclusive, algumas religiões, até hoje, usam símbolos egipcíos da época de Akhenaton, indicando, com isso, que são representantes de "deus" no meio dos homens.

Enfim, são apenas especulações de história antiga... Porém, é um tema muito interessante.
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Material de Sociedade Secreta: Akhenaton

Voltemos à 18ª dinastia. O Faraó Amenófis III morrera e seu filho adolescente conquistava o poder do Egito. Em pouco tempo elevou Aton, o deus-sol, como o supremo deus criador.

Ele e sua célebre rainha, Nefertiti, investiram contra a arraigada estrutura religiosa do Egito. Esses soberanos, conhecidos como “Faraós do Sol”, desencadearam uma revolução religiosa sem cuidar da continuidade e expôs o Império egípcio à ameaças militares externas.

Desconsideraram antigos deuses venerados por sacerdotes poderosos, deixando-os tão furiosos que ajudaram os Faraós posteriores a destruir as estatuas e os templos de Aton.

Desse modo, Amenófis IV mudou seu nome para “Akhenaton – o que bem serve a Aton”, e elevou Aton acima de todos os outros deuses do panteão egípcio – até mesmo acima de Amon, que por centenas de anos prevalecera em Tebas como deus soberano. E o Faraó também abandonava Tebas para construir uma nova capital. Em 1348 antes de Cristo, as margens do Nilo, esse Faraó ergueu Akhetaton “origem de Aton” uma belíssima cidade para “Aton, seu único deus”, hoje conhecida como Amarna..

Akhenaton, Nefertiti e o Faraó-menino Tutankhamon tiveram um reinado breve. Governaram apenas 17 anos e pouco tempo depois da morte de Akhenaton, em 1336 antes de cristo, a velha ortodoxia estava restaurada e os inimigos deles rapidamente despedaçaram suas estátuas, demoliram seus templos e trataram de apagar dos registros históricos do Egito, tudo o que testemunhassem a sua existência.

Segundo Rita Freed, egiptóloga do Boston Museum of Fine Arts, “poderíamos compará-lo ao líder de uma seita religiosa. Os especialistas continuam a debater sobre a possibilidade de ele ter sido o primeiro líder monoteísta do mundo. Akhenaton insistia em um deus supremo, um criador onipotente que se manifestava à luz do Sol. Mais: via a si mesmo e a Nefertiti como extensões desse deus e, portanto, também dignos de veneração”.

Na verdade, esse pensamento de endeusamento havia começado com seu pai, Amenofis III, que reinou por 37 anos numa era de esplendor. Usou ele a riqueza do império para construir um conjunto de monumentos sem precedentes em Karnack e Luxor, centros religiosos do deus Amon, o patrono de Tebas. Depois que essa cidade recuperou o controle do Egito, por volta de 1520 antes de Cristo, Amon tornou-se cada vez mais venerado. Seu nome significa “oculto” e, no seu templo em Karnack, sacerdotes cultuavam sua estátua. Amon logo se fundiu ao antigo deus-sol Rá, tornando-se Amon-Rá.

Em seu reinado, Amenófis III, já havia determinado que ele não só era o filho de Amon, mas também a encarnação de Rá. Começou então a erigir monumentos à sua própria divindade, incluindo um vasto templo funerário, que contemplava Tebas da margem oposta do Nilo.

Talvez, espelhando-se em seu pai, Akhenaton revolucionou a religião antiga. Por um breve período, os egípcios acreditaram que o deus-sol voltara à Terra na forma da família real. Houve um entusiasmo coletivo que se torna tangível na arte e na arquitetura. Todo o país celebrou aquela volta. Foi um dos períodos mais admiráveis da historia egípcia.

Ninguém sabe ao certo ate onde ia a popularidade de Akhenaton. Para alguns estudiosos, Akhenaton pode ter sido um visionário, um profeta cuja modalidade de monoteísmo de alguma forma inspirou Moisés, que viveu um século mais tarde.
Seja pela fé, seja pela força, Akhenaton revolucionou Tebas em seus quatro primeiros anos de reinado, mandando construir quatro novos templos para Aton em Karnack. Como necessitava de rapidez para construir esses edifícios seus engenheiros recorreram a uma nova técnica de construção. Como os templos de Aton não tinham teto, as paredes podiam ser menos resistentes. Por isso, em vez de grandes blocos de pedras, cortavam pequenos blocos de pedras que podiam ser carregados por uma única pessoa, os famosos “talatat” (de talata – em árabe significa três palmos).

Tutankhamon assumiu o poder cerca de quatro anos após a morte de Akhenaton. A maioria dos especialistas imaginam que ele estava com dez anos de idade na época.

Com a morte de Akhenaton, os Faros posteriores expandiram os templos, resgatando a soberania dos antigos deuses.