Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

30/06/2009

Software livre, cultura hacker e ecossistema da colaboração

O 10º Fórum Internacional de Software Livre, realizado em Porto Alegre (RS), de 24 a 27 de junho, foi também ocasião para o lançamento do livro Software livre, cultura hacker e ecossistema da colaboração, já disponível para download (clique aqui).

Uma mesa de discussão de mesmo tema lançou o livro, na qual estiveram presentes três dos cinco autores da obra: o sociólogo e professor Sérgio Amadeu, Anderson Fernandes de Alencar, secretário de tecnologia e educação a distância do Instituto Paulo Freire e Vicente Macedo de Aguiar, da Cooperativa de Tecnologias Livres (Colivre). Murilo Machado e Rafael Evagelista, outros dois autores, não puderam participar. A obra é uma coletânea de textos em que eles abordam o software livre segundo a perspectiva do compartilhamento de ideias e de conhecimento, conforme a epígrafe escolhida para o livro:

Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã,
e nós trocamos as maçãs,
então você e eu ainda teremos uma maçã.
Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma ideia,
e nós trocamos essas ideias, então cada um de nós terá duas ideias
(George Bernard Shaw)

Segundo Sério Amadeu, é preciso atentar para a existência de "bens imateriais" e "não rivais", como é o caso do próprio conhecimento. “Esses tipos de bens podem ser usados por todos. A melhor forma de trabalhar com eles é por meio do compartilhamento e não pelo bloqueio do acesso. No caso do conhecimento, quanto mais gente usa, mais ele se valoriza. O bloqueio de fluxos de informação significa desigualdades, criando assimetrias e inequidades de acessos, por isso a liberdade de acesso significa igualdades”, explica o professor

Vicente Aguiar, organizador do livro, acredita que é importante trazer a discussão do uso do software livre para as diversas áreas da academia porque, cada vez mais, ele se insere em discussões da economia como alternativa sustentável num contexto de crise.

Anderson Alencar propõe uma discussão do uso de tecnologias livres de acordo com uma dimensão política, ética e estética a partir da experiência do processo de migração do uso de software proprietário para o livre, que teve início no Instituto Paulo Freire em 2005.

Um espaço foi criado para discussão do livro na rede social Software Livre Brasil.