Democratizar o conhecimento e socializar os saberes como ferramenta para transformação social e econômica. Democratizar e socializar para reduzir as desigualdades regionais. Democratizar e socializar para dar oportunidades. Democratizar e socializar para dar esperanças e certezas de um futuro melhor. O poder transformador do conhecimento, monopolizado e retido nas melhores Universidades Públicas, tem que ser disseminado, gratuitamente, para toda a sociedade.

03/10/2008

A mão invisível do mercado tem cabeça
Muitos não entendem o porquê da crise americana atingir o Brasil. A resposta é só uma: a mão invisível do mercado tem uma cabeça invisível... E, para piorar, não é qualquer cabeça. É uma cabeça psicótica que pode, facilmente, ser manipulada por grandes interesses... Com meia dúzia de manipulações pode-se fazer a crise contaminar qualquer economia...

A cabeça da mão invisível do mercado é o cerne do sistema capitalista. O sistema capitalista é constituído por empresas. E empresas, de acordo com os cientistas, possuem personalidade psicopata. Se os elementos que constituem um sistema são psicopatas, logo, a conclusão lógica é que este sistema formará um grande Leviatã psicopata.

Por isso, é um erro pensar que o mercado, ou o sistema capitalista, pode correr sozinho sem regulamentação, sem ser submetido ao interesse público. Deixar o mercado andar sozinho é deixar um ente psicopata agir livremente, oprimir e explorar livremente...

É interessante observar que as crises, os títulos podres, sempre aparecem nas áreas desregulamentadas e sem controle do Estado...
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Lembra das palavras do Dr. Robert Hare, Ph.D (Consultant to the FBI on psychopaths) no documentário The Corporation ?

Para determinar o tipo de personalidade que faz com que as corporações se comportem como uma máquina de externalizações, nós podemos analisá-las como um psiquiatra faria com um paciente. Nós podemos até formular um diagnóstico, baseando-se em casos de danos que infligiram em outras pessoas, selecionados de um universo de atividades corporativas. Danos aos trabalhadores: demissões, acusação de cartel, incêndios em fábricas, etc.

Uma das perguntas que surgem, periodicamente, é se as corporações podem ser consideradas como psicopatas. E se olhamos a corporação como uma pessoa jurídica não é muito difícil comparar a loucura de um indivíduo com a loucura de uma corporação. Nós podemos analisar, uma a uma, através das características que definem esta desordem, e ver como elas podem se aplicar às corporações. Elas tem todas as características de fato. E, em muitos aspectos, as corporações representam o típico psicopata.

O Professor Joel Bakan lembra que sempre ensinou a seus alunos que as corporações são como pessoas e que elas operam sempre para se auto-beneficiar. Da pergunta “Que tipo de pessoa é programada apenas para seguir os seus próprios interesses?”, o professor teve a idéia de simular uma análise psiquiátrica das corporações. A partir disso, os autores do documentário chegam à conclusão que essas instituições têm uma série de características comuns: são interessadas apenas em si mesmas, manipulam, são irresponsáveis, sofrem de falta de empatia e não têm capacidade de sentir remorso ou culpa. “Em outras palavras, a corporação é psicopata”, afirma Bakan.

Se a instituição dominante de nossa era foi criada com a imagem de um psicopata quem leva a responsabilidade moral por suas ações?

Também são pertinentes as palavras do Professor Noam Chomsky:

É uma suposição justa que todo ser humano, seres humanos reais, aqueles de carne e osso, não corporativos, mas todo ser humano de carne e osso é uma pessoa moral. Vocês sabem que temos os mesmos genes, nós somos mais ou menos iguais, mas nossa natureza, nossa natureza humana permite todo tipo de comportamento. Quero dizer que cada um de nós, sob certas circunstâncias, poderia ser um operador de câmara de gás ou um santo. (...)

Quando você olha para uma corporação como você olharia para um proprietário de um escravo, você tem que distinguir entre a instituição e o indivíduo. A escravidão por exemplo, ou qualquer outra forma de tirania, tem a natureza de monstros, mas os indivíduos que participam dela podem ser os caras mais legais que você pode imaginar, benevolentes, amigáveis, bom com as crianças e mesmo legais com seus escravos, se importando com o sentimento dos outros. Como todo indivíduo deveria ser. Mas no plano institucional eles são monstros porque sua instituição é monstruosa. (...)

Privatizar não significa você pegar uma instituição pública e dá-la a uma pessoa bacana. Significa você pegar uma instituição pública e dá-la a uma tirania irresponsável. Instituições públicas tem muitos lados bons. Por exemplo elas podem propositalmente dar prejuízos. Elas não são para dar lucros. Elas podem propositalmente trabalhar no vermelho, por causa dos benefícios que isto pode trazer.

Por exemplo, se uma indústria pública de aço trabalha no vermelho, ela está provendo aço barato para outras indústrias, talvez isto seja uma coisa boa. Instituições públicas podem ser um dispositivo anti-ciclos. Isto significa que podem manter o emprego em períodos de recessão, aumentando a demanda e ajudando sair da recessão. Companhias privadas não podem fazer isto. Em um período de recessão jogam fora sua força de trabalho, porque é assim que se ganha dinheiro.
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Se você ainda não viu o documentário The Corporation, é melhor se antenar !!!