Inclusive, penso que os órgãos de inteligência de uma nação democrática deveriam ter completa autonomia dos poderes estatais. Deveria ser um quarto poder, sem nenhuma ligação com o executivo ou com políticos e com a política. Um poder que visa garantir a estabilidade dos demais poderes, assim como garantir a supremacia do poder popular sobre os interesses de uma minoria hegemônica...
A subordinação dos serviços de inteligência a um poder específico, hoje o executivo, transformou este serviço em um cão de guarda dos interesses políticos e da política. Quando grampeiam os inimigos, todos aplaudem... Quando pegam os amigos, o araponga perde o cargo... O delegado vai fazer curso de especialização e o Juiz quase é demitido...
A polícia investiga crime. Teve a notícia de um crime sai correndo atrás do bandido. Já um serviço de inteligência tem que manter a integridade da estrutura estatal... Tem que estar fora das decisões e dos interesses poliqueiros e da politicalha... Se isso não for feito, ocorre exatamente o que estamos vendo acontecer: quando a corrupção domina os graúdos, ninguém pode atingi-los e o poder da maioria se dobra aos interesses da corrupção...
O serviço de inteligência protege o Estado Democrático de Direito, protege a instituição, não quem, temporariamente, administra a instituição...