Primeiro eu devo ter um cenário de corrupção completamente fora de controle. Para ter essa corrupção vou precisar de dinheiro e grandes interesses... Muito dinheiro e muitos interesses... Dinheiro é com banco e com banqueiros... Portanto, de repente, eu posso colocar um banqueiro fazendo uma armadilha, uma espécie de vingança contra uma Instituição Pública que interferiu em seus interesses...
Como diz na roça: "Tá ficanu interessanti... Conta mais !!!" Então... o banqueiro, acostumado a grampear coisas e a usar o serviço da Kroll, resolve armar pra cima dos arapongas. Para isso ele tem que contar com seu amigo do peito, amigo que o defende nas horas mais tenebrosas... Ele precisa contar com o Gilmal Mente (personagem fictício) que é Presidente do STF (Superior Tribunal das Falcatruas)... E a história se desenrola !!!
Certamente, tudo tem que ter aparência de normalidade, se não a história não cola e ninguém acredita. Por isso, vamos pegar um terceiro que dê idoneidade para a armação... Mas quem ??? Pode ser um Filósofo Grego... Filósofo Grego sempre dá credibilidade para História... Platão, Sócrates... Melhor, vou utilizar um político grego que era bom de retórica. Vamos inserir o Demóstenes na história... A mera presença do Grego Demóstenes dá uma presunção de veracidade quase absoluta a qualquer fato, por mais falacioso que seja a coisa...
Portanto, o sujeito oculto (banqueiro) contrata os espalha grampo (pode ser da Kroll ou algum araponga infeliz). O espalha grampo enche a sala do Presidente do Superior Tribunal de Falcatruas de escutas e outros aparelhinhos que se compra pela internet... O Gilmal só precisa, agora, chamar o Grego Demóstenes para uma conversa (a fonte da legitimidade para a História) e tudo ser gravado pelos grampeiros...
A conversa existiu, pois o Grego presunção quase absoluta pode confirmá-la... Logo, os grampos estavam lá... E quem mais mexe com grampo são os arapongas... E como a idéia é jogar a culpa neles, o círculo fechou !!! Quase um xeque-mate...
Certamente, falta o elemento final: tudo tem que ser publicado em uma revista de humor...E, como não podia deixar de ser, a melhor revista de humor do Brasil é... O que eu não sei é se a revista de humor participa da história desde o início, ajudando a construí-la, ou se ela só entra no final, disseminando a confusão...
As lágrimas de crocodilo, as viagens desmarcadas, as manifestações públicas de autoridades sentidas, etc, são meras encenações para criar instabilidade na República Macunaíma...
Enfim, a ficção e a realidade podem ser duas faces de uma só moeda: a verdade... Tudo seria uma piada se não tivesse tanta gente com rabo preso no meio do caminho, assim como tanta gente querendo elementos para disseminar a discórdia... Esta história fará o Brasil recuar quantos passos ??? Pelo visto, além de dar em círculos ainda vamos andar de ré...