Além disso, depois de ver aquelas fotos da Ingrid no cativeiro, eu esperava vê-la agora em uma versão puro osso, combalida, fraca, doente e, de repente, apareceu una persona forte, bem alimentada, alegre, sorridente, etc... Certamente, melhor a forma atual do que a versão combalida e de puro osso. Contudo, isto chama a atenção...
Mas a trampa colombiana, não está aqui. Ela está no momento em que a ação de resgate ocorreu, ou seja, ocorreu no exato momento em que o Lord Sith Alvaro Uribe tenta a reeleição. Mero acaso ou tramóia ? Sinto cheiro de tramóia e desconfio que este resgate não decorreu de preocupações humanitárias ou coisas parecidas, mas sim do desejo de um Lord Sith de alcançar mais poder e reduzir as resistências daqueles que se opõe à sua permanência no governo.
Certamente, diante da ingenuidade dos colombianos, que só vão olhar para a "suposta" astúcia dos militares, o Lord Sith alcança pleno sucesso em sua trampa...
Outro ponto interessante foi a fala da própria Ingrid: "uma ação impecável do exército colombiano". O problema é que o Exército colombiano nunca executa uma ação impecável, pois os guerrilheiros sempre sabem, antecipadamente, o que os militares andam fazendo... Sem contar que estes reféns eram preciosos para a guerrilha. Portanto, os militares não resgatariam estes reféns com tanto sucesso se não houvesse a colaboração das Farcs.
Além disso, certamente, há o dedão do Bush nesta história e isto foi feito para prejudicar o discurso de Obama e fortalecer o discurso do Republicano. O Obama propõe conversa e negociação com os inimigos, enquanto o Republicano quer entrar de sola, quer continuar a política do "big stick" realizada por Bush.
Neste caso da Ingrid ganhou a sola e o "big stick", suposta astúcia, dos militares. Portanto, prevaleceu o discurso de não negociar, mas sim atacar e resgatar, mesmo que sejam apenas corpos sem vida.
Contudo, no resgate de Ingrid faltou um elemento importante: guerrilheiros mortos. Resgataram reféns de "supostos terroristas" e não mataram os terroristas. Isto é muito estranho em um país no qual a morte é a regra e a tolerância humanitária é a exceção. Outra evidência de que tem caroço neste angú...
Enfim, é una trampa colombiana preparada pelo Lord Sith Alvaro Uribe...
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Dirigentes da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teriam recebido milhões de dólares para liberar a franco-colombiana Ingrid Betancourt e outros 14 reféns, afirma a Rádio Suíça Romanda (RSR).
"Os 15 reféns foram comprados na realidade a preço forte. Depois disso toda a operação foi uma encenação", afirmou a rádio pública.
Quase US$ 20 milhões foram entregues aos seqüestradores, segundo a RSR, que cita uma "fonte ligada aos acontecimentos, confiável e testada em reiteradas ocasiões nos últimos anos". A emissora acrescentou que os EUA estiveram na "origem da transação".
Nos últimos anos, a Suíça atuou ao lado de Espanha e França, a pedido do presidente colombiano, Álvaro Uribe, em uma missão de mediação com as Farc.
Operação
A operação realizada na quarta-feira (2) resgatou Betancourt, os americanos Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell --ligados ao Departamento de Defesa dos EUA-- e 11 militares e policiais colombianos.
Militares da Colômbia disfarçados de trabalhadores humanitários resgataram Betancourt, 46, a refém mais importante das Farc, seqüestrada em 2002 quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. "A operação foi absolutamente impecável", disse Betancourt logo após o resgate. "Creio que é um sinal de paz para a Colômbia."
O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare, segundo o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. Militares colombianos fingiram ser membros de uma organização fictícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder das Farc, Alfonso Cano.
"Os helicópteros, que na realidade eram do Exército pegaram os reféns em Guaviare e os levaram à liberdade", afirmou o ministro. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.
"Essa foi uma ação sem precedentes", afirmou o ministro ontem, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."
Segundo o ministro, a operação que permitiu o resgate dos reféns foi 100% colombiana, apesar de os EUA terem auxiliado em ajustes prévios. Entrevistado sobre o papel de Washington na operação realizada nesta quarta-feira, Santos respondeu "nenhum" e completou: "Esta foi uma operação 100% colombiana".
"Nós informamos ao embaixador [americano em Bogotá, William Brownfield] porque havia uma promessa do presidente Álvaro Uribe de comunicar ao presidente George W. Bush qualquer tipo de operação", disse o ministro ao canal Caracol.
"Nós informamos e pedimos que nos ajudasse com algumas pessoas para testar as teorias que tínhamos e eles nos ajudaram um pouco a calibrar certas coisas, mas à margem. A verdade é que foi uma operação 100% colombiana, inclusive toda a inteligência foi colombiana", insistiu.
Citado pela imprensa colombiana, Brownfield afirmou ontem que a operação teve "cooperação cerrada" do governo americano, incluindo "intercâmbio de inteligência, de equipamentos e conselhos a partir de outras experiências".